Uma equipa de cientistas descobriu o segredo para inverter o envelhecimento no genoma humano.
O resíduos virais enterrados no nosso código genético podem ser a chave para compreender e potencialmente inverter o processo de envelhecimento.
Estes vírus, denominados como retroelementos, têm estado escondidos de todos à vista de todos durante milhões de anos.
Os retroelementos constituem uma parte significativa do nosso ADN e, apesar de uma parte destes estarem adormecidos, alguns podem tornar-se ativos à medida que envelhecemos, contribuindo para doenças relacionadas com a idade e para o próprio processo de envelhecimento.
Segundo o Study Finds, os cientistas descobriram uma nova forma de utilizar estes resíduos como relógio biológico, oferecendo novas perspetivas sobre a forma como envelhecemos e a novos potenciais tratamentos anti-envelhecimento.
Num novo estudo, publicado este mês no Aging Cell, os investigadores desenvolveram um nova forma de medir a idade biológica, observando padrões específicos nestes retroelementos. Estes relógios revelaram-se precisos, muitas vezes igualando ou ultrapassando os métodos existentes de medição da idade.
Além disso, descobriram que estes relógios podiam detetar o envelhecimento acelerado em pessoas com VIH, uma doença conhecida por acelerar o envelhecimento e que os os medicamentos anti-retrovirais utilizados para tratar esta doença pareciam reduzir ou mesmo inverter este envelhecimento.
“A reativação de retroelementos específicos aumenta com a idade conduzindo potencialmente a marcas biológicas do envelhecimento, como a inflamação, a senescência celular e a instabilidade genómica”, afirma o autor principal do estudo, Michael Corley.
O estudo revelou ainda que os relógios baseados em retroelementos podiam detetar o rejuvenescimento em células que tinham sido a um processo denominado “reprogramação transitória“, uma técnica que visa repor as células num estado mais jovem. Isto sugere que estes relógios podem ser ferramentas úteis para avaliar a eficácia de potenciais tratamentos anti-envelhecimento.
O facto destes relógios poderem ser criados de forma semelhante para outros mamíferos, desde ratos a elefantes, aponta para um mecanismo universal de envelhecimento em diferentes espécies, possivelmente ligado a estes antigos vestígios virais no nosso ADN.
Por fim, esta investigação oferece uma nova perspetiva sobre o processo de envelhecimento e pode levar a alcançar novas estratégias para promover uma vida mais saudável e mais longa.