Uma equipa de arqueólogos que se encontrava a trabalhar nos Andes peruanos descobriu um túmulo com 3.000 anos que terá pertencido a um líder religioso de elite.
A sepultura do “Sacerdote de Pacopampa“, como foi apelidado pelos investigadores, foi encontrada sob seis camadas de cinzas e terra no sítio arqueológico de Pacopampa, a 900 quilómetros a norte de Lima e a uma altitude de 2.500 metros.
Os restos mortais, com 3.000 anos, foram encontrados de barriga para baixo, com as pernas cruzadas e junto a um artefacto feto de ossos humanos.
O túmulo, descrito como “muito peculiar” pelo líder da equipa de arqueólogos, Yuji Seki, tem uma forma circular, com um diâmetro de três metros, e é pouco profundo, com apenas 3,3 metros de profundidade. Os arqueólogos acreditam que o sacerdote terá sido sepultado cerca de 1200 a.C.
Foram também encontradas no local taças de cerâmica e dois selos que apontam para a presença de pinturas corporais rituais, o que sugere que o sacerdote teria um estatuto elevado.
De acordo com uma nota de imprensa do Ministério da Cultura do Peru, o esqueleto estava completamente intacto e protegido contra deterioração significativa pelas camadas de cinzas e terra.
“A descoberta é extremamente importante, porque este é um dos primeiros sacerdotes a começar a controlar os templos nas montanhas do norte dos Andes”, explica Yuji Seki.
O sítio de Pacopampa está ligado às culturas pré-incas que se acredita terem existido de 1200 a 500 a.C. Até agora, foram descobertos no local nove edifícios, de grande dimensão, sugerindo que o local seria um complexo religioso.
Além disso, foram encontrados outros três túmulos de líderes religiosos, incluindo a “Senhora de Pacopampa”, enterrada com brincos de ouro, potes de cerâmica e colares de conchas marinhas, que se estima ter vivido por volta de 900 a.C.
Outro túmulo, descoberto em 2015, abrigava os corpos de dois sacerdotes e continha artefactos ornamentados, como um pesado colar de ouro e uma garrafa cerâmica preta com uma figura gravada com o corpo de uma serpente e a cabeça de um jaguar — que lhe deu o apropriado nome de “Túmulo dos Sacerdotes Serpente-Jaguar.”
Segundo o Heritage Daily, o túmulo do “Sacerdote de Pacopampa” é mais antigo do que os da “Senhora de Pacopampa” e dos “Sacerdotes Serpente-Jaguar”, mas ligeiramente mais recente do que o “Príncipe dos Pututos”.
Os investigadores acreditam que o sítio de Pacopampa tem uma importância significativa na compreensão da cultura peruana antiga, especulando que possa ter servido como um centro de peregrinação para rituais religiosos sagrados.