Com a pandemia, trabalho e vida misturam-se mais. Trabalhar a partir de casa também pode ter desvantagens. Eis o “dia dos três picos”.
O tele-trabalho passou a ser a regra em milhões de casas, desde Março de 2020. O coronavírus mudou muita coisa e o local de trabalho foi uma das mudanças mais significativas, em dezenas de países.
Mas trabalhar a partir de casa também originou dias de trabalho mais longos, para muitas pessoas.
Na semana passada, a Microsoft publicou um estudo sobre o crescimento do “dia dos três picos”.
Os picos são os momentos em que as teclas dos computadores são mais carregadas. Ou seja, os momentos em que as pessoas estão a escrever mais, em que estão mais atarefadas, previsivelmente.
Esses picos acontecem agora em três fases ao longo do dia: perto das 11h da manhã, logo a seguir ao almoço (estes dois já existiam) e o último decorre perto das…22h.
As pessoas estão a trabalhar em casa e, em muitos casos, o seu dia completo resume-se ao trabalho.
“Se a pandemia revelou alguma coisa sobre a vida laboral, foi isto: o trabalho e a vida estão misturados como nunca”, lê-se na análise da Microsoft.
Nova rotina
Sobretudo para quem tem crianças pequenas em casa, passou a haver flexibilidade para levar e buscar os filhos à escola.
Mas, por outro lado, o pequeno-almoço passou a ser tomado em simultâneo com uma reunião online no computador portátil que está em cima da mesa da cozinha; e depois do jantar, com as crianças na cama, aproveita-se o silêncio para se trabalhar até às 22h ou 23h, ou para responder a quem não teve resposta durante o resto do dia, ou para completar alguma tarefa, ou para comunicar em directo com pessoas de outros países, com outros fusos horários.
A Microsoft registou, logo nos primeiros tempos da COVID-19, que o número de reuniões online através do Teams aumentou muito em horários fora do período 9h-17h. O maior aumento foi entre as 18h e as 20h. E a mesma plataforma regista mais 42% de conversas fora do horário “normal” de trabalho, desde que surgiu a pandemia.
9h-22h: questões
A regra veio para ficar: para muita gente, o dia de trabalho continua a começar às 9h mas, com ou sem pausas pelo meio para estar com as crianças, só termina depois das 22h.
“Isto levanta questões: esta nova tendência é flexibilidade ou é o trabalho a invadir o espaço pessoal das pessoas? Como conseguiremos garantir que as pessoas não estão a trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana?”, perguntou a investigadora da Microsoft, Shamsi Iqbal, que também levantou a hipótese do aumento do fenómeno burnout, o esgotamento relacionado com o trabalho.
Os mesmos dados da Microsoft revelaram que desde Março de 2020, em média, o tempo que cada pessoa gasta no trabalho diariamente aumentou 13%, cerca de uma hora por dia.
E ainda há outro factor relacionado com estes números: as reuniões online. Comparando com o período pré-pandemia, a quantidade de reuniões aumentou 250%, revelou a responsável da Microsoft, Mary Czerwinski. O resto do trabalho é “empurrado” para a noite.
Resta saber o que vai acontecer na mudança para o regime de trabalho híbrido: alguns dias em casa, alguns dias na sede da empresa.
Muito deja de esqurrda, a verdade é que já estou farta das política de esquerda. Tem sido a causa de um atraso civilizacional enorme.
Quem acredita não ser gado para os ricos comerem, ou está a enganar-se a si próprio, ou é um deles. Dividir para conquistar, é a arma que usam desde sempre.