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Em 1925, “O Isolador” prometia bloquear qualquer tipo de distração

(dr) Syracuse University Libraries

“O Isolador”, invenção de 1925

Procrastinar foi, é e sempre será um passatempo irresistível. Por isso, nos anos 20, houve quem apresentasse uma solução radical para evitar este problema: “O Isolador”.

De acordo com o site IFLScience, o chamado “Isolador” foi apresentado, em julho de 1925, na revista Science and Invention. O seu principal intuito era acabar com qualquer possível distração.

“O primeiro capacete construído, tal como mostra a ilustração, é feito de madeira, forrado por dentro e por fora com cortiça e, por fim, é ainda forrado com feltro”, podia ler-se no artigo.

“Foram inseridos três pedaços de vidro para a zona dos olhos. Em frente à boca fica um defletor, que permite respirar, mas que, ao mesmo tempo, impede a entrada de som”, contavam os seus inventores, acrescentando que a primeira construção “foi bem-sucedida” e, embora não tenha bloqueado todos os ruídos, “atingiu uma eficiência de cerca de 75%”.

Para aumentar a sua capacidade de bloqueio de ruído, foi incluído depois um espaço de ar no interior do capacete, que supostamente bloqueava cerca de 90% a 95% dos sons.

No entanto, quando um certo voluntário trabalhou mais de 15 minutos com o “Isolador” posto na cabeça, revelou ter ficado bastante sonolento. Como não era esse o objetivo, os inventores introduziram um pequeno tanque de oxigénio preso ao capacete, o que faria “aumentar a respiração e ‘animar’ o utilizador de forma considerável”.

Segundo o mesmo site, apesar das boas intenções desta equipa, a verdade é que manter um fluxo de ar de boa qualidade é um pouco mais complexo do que esta solução. Muito oxigénio pode tornar-se tóxico, mas sem um fluxo de gás suficiente e um escape adequado, o dióxido de carbono acumulado é uma complicação muito mais provável e séria.

“Há toda uma parte da ciência da anestesia dedicada a este tema, chamada ‘Mapleson Breathing Systems’. Precisamos de um fluxo de oxigénio suficiente no sistema entre cada respiração para purgar o CO2 do sistema. Caso contrário, vamos inalar não só o oxigénio fresco como também o CO2 expelido na próxima respiração. Isso significa que o CO2 se acumularia na corrente sanguínea, tornando-se rapidamente fatal“, explicou ao IFLScience Daniel Funnell, anestesista no Hospital Medway, no Reino Unido.

“Provavelmente seria preciso ter um novo cilindro de oxigénio a cada meia hora, o que seria uma forma bastante cara só para evitar sermos distraídos. (…) Teria sido melhor fazer um buraco”, acrescentou.

ZAP //

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