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Elizabeth Báthory: a história da serial killer mais mortífera de sempre

Elizabeth Báthory está no Guinness por ser a serial killer mais mortífera da história. No entanto, há teorias que podem mudar a narrativa.

Elizabeth Báthory – “A Condessa de Sangue” – foi uma condessa húngara, que nasceu a 7 de agosto de 1560, em Nyírbátor, na Hungria.

Elizabeth aparece nos recordes do Guiness por ter sido a assassina em série mais prolífica da história. Terá torturado e matado mais de 600 crianças, entre os séculos XVI e XVII.

A alcunha “A Condessa de Sangue” vem porque Elizabeth bebia e banhava-se no sangue das vítimas, com o objetivo de preservar a sua juventude.

Elizabeth Báthory era sobrinha de Stephen Báthory, chefe de uma poderosa família húngara e príncipe da Transilvânia, que se tornou Rei da Polónia em 1575.

Nesse mesmo ano, com apenas 15 anos, Elizabeth casou com o conde Ferencz Nádasy, membro de outra família húngara com bastante poder, naquele que terá sido um “arranjo político” dentro dos círculos da aristocracia.

Elizabeth e o conde Nádasy tinham quatro filhos e viviam no castelo de Cachtice – nas montanhas dos Cárpatos, hoje em dia solo eslovaco – que pertencia à família do conde Nádasy.

Quatro anos após o casamento, Ferencz Nádasy, que era comandante-chefe das tropas húngaras, morreu na guerra contra os otomanos. A viúva Elizabeth ficaria então encarregue de gerir as propriedades e negócios do marido.

Foi aí começaram a surgir os rumores sobre as atrocidades que Elizabeth cometia, após suspeitas de envolvimento no assassinato de mulheres camponesas da região.

É aqui que entra György Thurzó – primo da condessa e conde palatino da Hungria -, a quem o conde Nádasy tinha confiado Elizabeth antes de ir para a Guerra.

O conde Thurzó, a quem muito convinha a condenação da condessa, terá sido chamado pelo Rei da Hungria, Matthias II, a investigar o caso.

Depois de ouvir testemunhos de (alegadamente) mais de 300 pessoas que moravam nas redondezas, o conde Thurzó deliberou que a prima tinha cometido crimes hediondos, com a ajuda dos criados.

Em 1610, Elizabeth e os seus cúmplices foram detidos. Enquanto os criados foram a julgamento e três deles executados, Bárthory foi trancada no castelo, até à morte, em agosto 1614.

“Do leal farás traidor”

Segundo alguns historiadores, as acusações dirigidas a Elizabeth faziam parte de um plano de György Thurzó, para se apoderar dos bens da família Bárthory, permitindo também ao rei Matthias II a estender controlo sobre os poderosos nobres húngaros.

Além disso, o Matthias II teria uma grande dívida para com a família Bathory, o que motivava a eliminação da condessa.

Outra teoria que diz que Elizabeth era vítima de rumores que diziam que ela estava envolvida em esquemas bruxaria. Naquele tempo, na Europa Central, era comum associar as viúvas à bruxaria e acusá-las de mortes.

O que é certo é que o primeiro relato de assassinato cometido por Elizabeth Báthory só apareceu em 1729 – mais de um século depois da sua morte -, no livro “Trágica História”, do estudioso jesuíta Turóczi László.

No livro diz que Elizabeth atraía jovens camponesas para o castelo onde vivia, com a promessa de trabalho bem pago. Depois, sequestrava-as e torturava-as até à morte.

A condessa ordenaria, então, aos criados que juntassem o sangue das vítimas numa banheira, para que ela pudesse lavar-se no sangue delas e reter a sua juventude.

Os rumores destas histórias espalharam-se rapidamente pelo país, e foi assim que Elizabeth Báthory ficou conhecida como “A Condessa de Sangue”.

Há uma lenda popular que diz Elizabeth tinha um livro onde escrevia os nomes das mais de 600 vítimas. No entanto, esse artefacto nunca chegou a ser encontrado.

Além disso, não há registos oficiais do julgamento de Elizabeth Báthory, o que dificulta saber o que realmente aconteceu.

Para já, “A Condessa de Sangue” vai fazendo jus à alcunha e no livro do Guiness permanece como a serial killer mais mortífera da história.

Miguel Esteves, ZAP //

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