Cada um tem a sua rotina. Cada um sabe que rotina queria ter. Especialistas não são adeptos de sonecas prolongadas.
Sestas. Não, sim? Se não, isso faz bem ou mal? Se sim, durante quanto tempo?
Um estudo realizado há cerca de meio ano avisou que as pessoas que dormem a sesta regularmente também têm maior probabilidade de desenvolver tensão arterial elevada e de ter um AVC.
E, também no ano passado, uma investigação sugeriu que sestas prolongadas estão ligadas a uma maior probabilidade de desenvolver uma ligeira deficiência cognitiva ou doença de Alzheimer.
Mas, apesar desses avisos, muitos portugueses continuam a sonhar com uma rotina semelhante à dos nossos vizinhos espanhóis – muitos deles dormem um pouco depois do almoço.
A sesta desaparece aos quatro anos, na maioria das pessoas. O escritório não é propriamente local de sestas frequentes.
Contudo, muitos trabalhadores preferiam dormir um pouco ao início da tarde. Mas quanto tempo? 20 minutos? Uma hora e meia?
Ou então há defenda que sesta não é sesta se não acordarmos passadas quatro horas, com marcas da almofada na cara e desorientados sobre que horas são – porque já está escuro lá fora.
Vamos ver os manuais que foram deixados no portal The Manual.
Acordar depois de dormir 20 minutos é fácil; e esse tempo pode ser suficiente para aumentar a energia. Dormir meia hora é bom para ficar…tonto. Dormir uma hora aumenta a memória de curto prazo, mas origina sonolência depois. Uma sesta de 90 minutos o levaria a um ciclo REM completo, poderia incluir sonhos e melhorar a criatividade.
Esta partilha surgiu pela internet. Os especialistas reagiram.
Para já, de acordo com Camilo Andrés Ruiz, especialista em medicina do sono, as sestas são positivas porque ajudam a recuperar energia e a capacidade de concentração nas tarefas.
Mas deixou um aviso óbvio: se está a dormir depois do almoço, é porque não está a dormir o suficiente durante a noite. Talvez esteja inquieto, ou inquieta; e isso é um problema. Durma, no mínimo, sete horas por dia.
Camilo acredita que a pessoa entra em sono profundo se dormir mais do que 15 ou 20 minutos. Depois acorda “muito grogue” e pode afectar o sono nocturno.
Outra especialista, Lauri Leadley, defende que menos é mais, neste contexto. “Uma sesta de 5 a 20 minutos impede que caia no sono REM mais profundo, o que facilita o despertar; e não vai ficar com aquele torpor pós-sesta associado a sonecas mais longas”.
E 10 minutos de diferença podem fazer muita…diferença. A pessoa pode sentir-se meia perdida se dormir 30 minutos, em vez de 20, por exemplo.
Aliás, se for para dormir mais do que 20 minutos, mais vale estender a sesta durante uma hora. “Pode-se sentir melhor depois disso”, comenta Lauri. A memória estará melhor.
E uma sesta de uma hora e meia? Pode ser útil, num dia em que dormimos pouco na madrugada anterior.
Se você precisar compensar o sono ruim na noite anterior, uma soneca de 90 minutos pode ajudar. Precisamos de um ciclo completo de sono; uma sesta curta não é a mais adequada nesses dias. E sim, sonhamos nessas sestas de hora e meia – mas acordamos com habilidades cognitivas aprimoradas, o cérebro fica mais “desperto”.
A melhor hora para tirar uma soneca é ao início da tarde – de preferência antes das 14 horas. Quanto mais tarde tirarmos uma soneca, mais difícil será adormecer à noite.
Mas, mais uma vez: a prioridade é dormir bem de noite.
