Diplomata iraniano condenado a 20 anos por ataque contra grupo de oposição exilado em França

Um diplomata iraniano foi julgado e condenado a 20 anos de prisão por planear um ataque terrorista contra um grupo de oposição exilado na França, após as autoridades terem encontrado uma bomba escondida num veículo.

Assadollah Assadi, que trabalhava na embaixada austríaca do Irão, teve a sua imunidade diplomática negada, visto estar de férias na Alemanha quando foi detido, avançou na quinta-feira a Sky News.

Os advogados do grupo de oposição, conhecido como MEK, alegaram que Assadi planeou o ataque a pedido das mais altas autoridades do Irão, embora Teerão tenha negado o envolvimento no caso.

Mais de meio quilo do explosivo TATP e um detonador foram encontrados na mala de um Mercedes, mandado parar pela polícia belga a 30 de junho de 2018. As autoridades tinham sido avisadas ​​pelos serviços de inteligência sobre um possível ataque à reunião anual do MEK, realizada naquele dia em Villepinte, no norte de Paris.

Especialistas informaram que o dispositivo era profissional e poderia ter causado uma explosão significativa no evento, onde se reuniram cerca de 25.000 pessoas. Entre os presentes estava o advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani, o ex-presidente conservador da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (EUA), Newt Gingrich, e a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt.

Assadi foi detido na Alemanha um dia após a descoberta da bomba e transferido para a Bélgica. Como estava de férias quando foi preso, não teve direito à imunidade diplomática.

O diplomata transportou os explosivos do Irão para a Áustria através de um voo comercial. Assadi deixou a bomba numa pizzaria, onde o casal Amir Saadouni e Nasimeh Naami a recolheu. Após a recolha, colocaram o dispositivo na mala do veículo, que foi parado pela polícia. Foram condenados a 15 e 18 anos de prisão, respetivamente. Um quarto réu, Mehrdad Arefani, foi condenado a 17 anos.

O MEK (Mujahedeen-e-Khalq) costumava ser uma organização armada. Atualmente, opera como um grupo de oposição, tendo sido retirado das listas de terroristas dos EUA e da União Europeia após denunciar a violência e estabelecer ligações com políticos ocidentais, apoiando as sanções norte-americanas contra o Irão.

Assadi se recusou a testemunhar no julgamento e não compareceu à sentença de quinta-feira, que decorreu na cidade de Antuérpia, na Bélgica.

Taísa Pagno //

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