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Descoberto fóssil de macaco que viveu há 4,2 milhões de anos no Quénia

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(dr) Carol Ward

O sítio paleontológico de Kanapoi, no Quénia

Uma equipa internacional de investigadores descobriu restos fósseis de um pequeno macaco que viveu no Quénia há 4,2 milhões de anos.

Os responsáveis pela investigação, que será publicada na revista Journal of Human Evolution, são cientistas do Museu Nacional do Quénia e das universidades de Arkansas, Missouri e Duke, nos Estados Unidos.

Segundo a agência EFE, este novo macaco de pequeno tamanho, Nanopithecus browni, teria o mesmo tamanho que o atual talapoim, a menor espécie de macaco vivo do Mundo.

Estes macacos pesam entre 900 gramas e 1,4 quilogramas e fazem parte de um grupo de macacos chamado guenon; o talapoim vive na África central e ocidental e está confinado às florestas tropicais.

Num comunicado de imprensa divulgado pela Universidade de Arkansas, os investigadores referem que os restos fósseis do pequeno macaco foram encontrados no lado leste do continente, no sítio paleontológico de Kanapoi.

De acordo com o mesmo documento, o habitat daquela zona era seco, coberto de pradarias e bosques abertos, um lugar muito diferente das florestas tropicais dos Camarões e do Gabão no Centro-Oeste de África.

Os cientistas referem que foi em Kanapoi que foram encontrados os restos de alguns dos primeiros antepassados humanos, Australopithecus anamensis, que tinham vivido junto dos Nanopithecus browni.

(dr) Carol Ward

A comparação de tamanho entre o guenon (Allenopithecus), à esquerda, com o Nanopithecus browni, ao centro, e um gato doméstico

Citados pela EFE, os investigadores referem que este macaco é o segundo guenon mais antigo encontrado até hoje – os restos fósseis dos mais antigos foram encontrados há uma década na Península Arábica.

A sua datação, combinada com um habitat tão diferente e tão distante dos talapoines modernos, sugere uma evolução muito mais complexa dos macacos guenon do que se pensava anteriormente, de acordo com o estudo.

Além disso, este “enigmático” novo membro da família revela que o seu nanismo surgiu há muito mais tempo do que os cientistas suspeitavam e pode ter ocorrido mais de uma vez, e em habitats muito diferentes, talvez por diferentes razões.

“A descoberta do Nanopithecus browni reafirma a contribuição do Quénia para a compreensão da evolução e da diversidade da fauna do Plioceno e os contextos ambientais em que viviam”, disse Frederick Kyalo, um dos autores.

O nome Nanopithecus browni é uma homenagem ao falecido Francis Brown, investigador da Universidade de Utah, pela sua contribuição para a compreensão da história geológica da bacia de Omo-Turkana, na qual está localizado o depósito de Kanapoi.

// Lusa

1 Comment

  1. Claro ZAP, o talapoim é o mais pequeno macaco do Velho Mundo (Africa, Europa e Asia).
    O Sagui-Pigmeu (Cebuella pygmaea) é que é a menor espécie de macaco do mundo (encontrado na Floresta Amazônica, no noroeste do Brasil e em áreas da Colômbia e Equador, )

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