A Câmara Municipal de Loures avançou esta segunda-feira com demolições de construções ilegais no bairro de Montemor, com o apoio da polícia, verificando-se “alguns tumultos”, porque os moradores se queixam da falta de soluções de habitação.
“Houve 17 casas que receberam na sexta-feira passada uma notificação para, em 24 horas, abandonarem o local”, indicou à Lusa a presidente da Habita – Associação pelo direito à habitação e à cidade, Maria João Costa.
Após o aviso de “intimação à demolição e tomada de posse administrativa da construção abarracada”, as demolições começaram esta segunda-feira no bairro de Montemor, em Loures, no distrito de Lisboa.
A Lusa questionou a Câmara de Loures sobre a situação, aguardando uma resposta.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) disse à Lusa que foi montado um policiamento no bairro pelas 9h30, com o envio de meios policiais para o local, “inicialmente os considerados necessários, mas devido a alguns tumultos que depois foram acontecendo foram enviados reforços”.
Sem saber indicar quantos polícias estão no local, a PSP referiu que “as demolições são da responsabilidade da Câmara Municipal de Loures e a polícia está lá para garantir a ordem pública”.
Por volta das 11h00, foi acionada uma ambulância para prestar cuidados a três moradores, inclusive uma grávida, informou a polícia, explicando que as pessoas tiveram necessidade de ser assistidas “possivelmente pelo estado nervoso, nada que tenha a ver com agressões ou com tumultos”.
Pelas 13h30, a PSP continuava ainda no local, sem registar detenções.
Segundo a presidente da associação Habita, o bairro de Montemor ocupa uma antiga fábrica em Loures que já há muitos anos está ocupada por cerca de 100 famílias, “com o conhecimento da Câmara”.
No entanto, as demolições estão a ocorrer num terreno livre que foi “ocupado com novas casas neste último ano e meio”, indicou Maria João Costa, referindo que os moradores não têm, até ao momento, qualquer resposta de solução habitacional.
Entre os moradores das casas a demolir estão uma idosa, uma grávida e um cidadão em cadeira de rodas, acrescentou a presidente da associação Habita.
ZAP // Lusa