Democratas sentados desde ontem no chão do Congresso contra lei das armas

Democratas estão desde ontem sentados no chão do Congresso americano, um protesto contra os republicanos que insistem em chumbar legislação que prevê um maior controlo do acesso a armas de fogo.

“Daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Podia ser este o grito de revolta entre os membros do partido democrata que estão desde ontem sentados no chão do Congresso americano em protesto contra a lei de acesso a armas.

O protesto acontece um dia depois do Senado, maioritariamente composto por republicanos, ter chumbado um projeto-lei que previa generalizar as verificações de antecedentes criminais ou psiquiátricos antes da venda de armas de fogo.

Segundo o Huffington Post, a manifestação começou depois do congressista John Lewis ter feito um discurso que apelava à revisão das leis de restrição à venda de armas.

“Perdemos centenas ou milhares de pessoas inocentes por causa da violência gerada pelas armas. Crianças. Bebés. Estudantes. Professores. Mães e pais. Irmãs e irmãos. Filhas e filhos. Amigos e vizinhos”, dizia.

Depois do discurso, o democrata decidiu sentar-se no chão como forma de protesto, perto do local onde havia discursado. Foi a partir daí que muitos outros democratas se juntaram para lutar pela mesma causa.

Às vezes é preciso fazer algo fora do comum. Às vezes é preciso ir por um caminho sem saída. Estivemos em silêncio durante muito tempo. Agora é o momento de ficar no caminho. Não vamos mais ficar calados. O tempo do silêncio acabou”, afirmou Lewis aos congressistas, citado pelo jornal.

De acordo com a BBC, durante a tarde desta quarta-feira, 168 dos 188 representantes democratas estavam sentados no Congresso, alguns fazendo-se acompanhar de sacos-cama, almofadas e cobertores.

Republicanos desvalorizaram o protesto, que já faz da #NoBillNoBreak (“Sem projeto-lei não há intervalos” em tradução para português) a sua melhor aliada, considerando-o um verdadeiro “golpe publicitário”.

Já o Presidente Barack Obama, que tanto tem lutado para abrir os olhos do Congresso americano, agradeceu no Twitter a John Lewis pela iniciativa.

Depois de vários órgãos terem parado de transmitir o que estava a acontecer, os democratas recorreram a aplicações de livestream, como o Periscope ou o Facebook Live, para que o protesto continuasse a chegar aos cidadãos americanos.

Entretanto, o Huffington Post avançou que a votação do novo projeto-lei foi adiada para depois do dia 4 de julho, o feriado do Dia da Independência.

A recente proposta democrata foi apresentada logo depois do tiroteio numa discoteca em Orlando, na Florida, encabeçada por Omar Mateen, que provocou a morte de 49 pessoas.

FM, ZAP

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