TVDE. Crescimento explosivo à custa de tráfico humano, trabalho precário e fraudes

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boom das plataformas TVDE em Portugal está a levar a que imigrantes de países como o Brasil, a Índia ou o Bangladesh sejam atraídos com falsas promessas.

Cinco anos após a legalização do transporte individual de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) em Portugal, o setor está a crescer 50% todos os anos, mas continua a ser assombrado pelas preocupações sobre a exploração laboral. A Associação Nacional Movimento TVDE, que representa os trabalhadores do setor, até classifica algumas situações como “tráfico humano“.

De acordo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), os indicadores cresceram cerca de 50% desde setembro: o número de plataformas aumentou para 12, empresas para 14.840 e motoristas para 62.892.

Esta expansão rápida, no entanto, é obscurecida pelas preocupações persistentes com a precariedade dos trabalhadores, muitos dos quais lutam com margens de lucro apertadas e são sujeitos a condições de trabalho precárias.

A nacionalidade dos motoristas também mudou, com um fluxo crescente de imigrantes do Brasil, Índia, Paquistão e Bangladesh, aponta o JN. A presidente da Associação Nacional Movimento TVDE, Ângela Reis, alerta que muitos destes imigrantes “são angariados nos países de origem de maneira aliciante, endividando-se com a promessa de que depois vem a família, mas a família nunca vem porque nunca acabam de pagar a dívida”.

Ângela Reis frisa ainda que muitos do motoristas precários “passam” no exame de língua portuguesa sem saber efetivamente falar português. As leis que regem o setor, consistindo apenas em quatro páginas, têm “muitas lacunas”, permitindo tais abusos.

O Ministério do Ambiente, responsável pelo setor, admitiu ao JN que existem aspetos da lei que precisam ser melhorados e que serão considerados na revisão em curso.

O crescimento do setor também se refletiu nas receitas do Estado, com a contribuição de regulação e supervisão a subir de 2,8 milhões de euros para 3,8 milhões de euros entre 2021 e 2022.

ZAP //

8 Comments

  1. As vítimas não são os motoristas, são os clientes que se veem confrontados com motoristas ilegais, que não falam portugués, muitos nem inglês, conduzem com cartas falsas e não sabem conduzir.

  2. As plataformas de uma forma simplificada conseguiam filtrar muitas das situações de fraude mas como isso implica faturarem menos não “fazem nada”.

    Muitos dos motoristas usam licenças de outros, isto é com a mesma licença um trabalha de dia e o outro trabalha à noite logo facilmente constatavam que ninguem consegue trabalhar continuamente 18 a 20 horas todos os dias…

  3. Deviam acabar com os tvde. Antigamente era necessário ter um alvará, formação, uma viatura adaptada para poder transportar pessoas. De repente, passou a valer tudo. E agora é o que vemos.

  4. Foi a melhor coisa que apareceu a nível de transportes. Fui burlado e roubado várias vezes por taxistas convencionais, a classe dos taxistas é vergonhosa. Deixei uma vez cair um telemóvel do bolso dentro de um taxi em Lisboa, notei 1 minuto depois de sair do taxi que arrancou rapidamente e tinha recusado passar recibo, já o telemóvel estava desligado.

    Em relação a Uber só tenho coisas positivas a dizer, alem de ficar mais barato. Mesmo se fosse mais caro andar de Uber, prefiro usar o Uber em vez dos ladrões dos taxis.

  5. Só agora é que viram?
    Expliquem como é possível pessoas estrangeiras que não falam português fazer um exame para condutor de TVDE em português e PASSAREM!
    Coitados dos clientes que andarem nesses TVDES!
    Neste pais tudo é possível…..
    Querem resolver isso? Fácil; não entrem nesses carros com esses condutores chamem a policia.

  6. Deviam acabar com a seita dos tvde. O transporte de pessoas devia estar devidamente regulamentado, como antigamente. O governo é culpado. Se alguém for lesado pelos tvde deveria pôr o Estado em tribunal. Foi o Estado que permitiu que esta gente pudesse desenvolver esta atividade sem qualquer controlo e formação.

  7. O TVDE só pode ser lucrativo com aldrabice e exploração. Se os táxis, que trabalham mais caro que os TVDE, não ganham dinheiro, como é que o modelo de negócio dos TVDE pode ter alguma rentabilidade?

  8. Boa noite
    Falaram de vários problemas e analisaram tudo dentro do mesmo saco.

    Os tvde vieram trazer a este mercado mais transparência no preço sabes sempre quanto vais pagar +/- antes de começar a viagem , ao contrario do wue pode parecer é regulamentando mas precisa de atualização ( como tudo ) 90% dos problemas que existem partem das próprias platFormas . Os clientes gostam de carros limpos , bons motoristas, com alternativas quando á trânsito, ,,, e pagar pouco, o menos possível, curiosamente os mesmos desejos que as plataformas, quanto aos motoristas são ” obrigados” a trabalhar horas a fio para poderem levar para casa algum dinheiro por semana , de uma forma geral o motorista não tem grande Formação intelectual por isso é mal pago, um pouco aquela ideia errada que temos em relação aos homens do lixo, ( que limpam aquio que nós sujamos) nós consumidores de tvde queremos pagar 3,5 euros por uma viagem de 6 km que dura 20 minutos assim sim está bem
    Façam a experiência, acredito que vão gostar
    Obrigado

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