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O que vai encontrar Costa no Conselho Europeu? Revolta, dois desafios e chatices inesperadas

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EFE/ Toni Albir

António Costa

Já só falta a oficialização. Há luz verde para António Costa se tornar presidente do Conselho Europeu, apesar da resistência de figuras como Giorgia Meloni e Viktor Orban, primeiros-ministros de Itália e Hungria.

O acordo entre os negociadores definidos pela União Europeia aprovou o trio de candidatos esperados para os principais cargos europeus. Assim, Ursula von der Leyen deverá continuar na presidência da Comissão Europeia e António Costa vai ser presidente do Conselho Europeu.

A luz verde para estes candidatos resultou de conversações finais entre o polaco Donald Tusk e o grego Kyriakos Mitsotakis do Partido Popular Europeu (PPE) de centro-direita, o alemão Olaf Scholz e o espanhol Pedro Sánchez dos Socialistas e Democratas (S&D) do centro-esquerda, e o francês Emmanuel Macron e o neerlandês Mark Rutte da família liberal Renew Europe.

Esta seleção vai ainda ser ratificada pelos 27 líderes dos Estados-membros numa cimeira que vai decorrer nesta quinta-feira e na sexta-feira. Mas a eleição de António Costa é certa, o que levará o ex-primeiro-ministro a cumprir o sonho europeu que chegou a estar ameaçado pelas suspeitas de corrupção da “Operação Influencer”.

Meloni e Orbán revoltados

Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, não terá gostado de não ter sido envolvida nas negociações depois de o seu grupo político, da área da extrema-direita, se ter tornado no terceiro maior no Parlamento Europeu.

As negociações só avançaram com a condição de Meloni não participar por imposição dos liberais e dos socialistas que ameaçaram não apoiar Von der Leyen.

Quem também não gostou da forma como foram conduzidos os trabalhos foi o primeiro-ministro húngaro. Viktor Orban escreveu nas redes sociais que o acordo alcançado vai “contra tudo aquilo em que se baseia a UE”.

“Em vez da inclusão, semeia a divisão”, apontou, notando que os “altos representantes da UE” que participaram nas negociações “devem representar todos os Estados-membros e não apenas os esquerdistas e os liberais”.

Costa vai enfrentar dois grandes desafios

O cargo que espera António Costa em Bruxelas, exige, sobretudo, “capacidade de negociação e de coordenação“, como analisa o professor jubilado e investigador de Ciência Política da Universidade de Lisboa, António Costa Pinto, em declarações ao jornal económico Eco.

António Costa “será, por um lado porta-voz, mas sobretudo um negociador, mas não vai tomar nenhuma decisão”, acrescenta, salientando que “acima de tudo, terá que ser um hábil negociador de uma decisão“.

O politólogo acredita que “o desafio da defesa” vai marcar o mandato de António Costa, tanto mais que a guerra na Ucrânia não tem fim à vista.

De resto, esta é uma área onde “a UE tem de fazer mais, na questão do orçamento, mas também da criação de uma indústria”, destaca também ao Eco a ex-eurodeputada socialista Margarida Marques.

Outro desafio fundamental que passará pelas mãos de Costa é o alargamento da UE a Leste que será “uma prioridade”, acrescenta a também ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

“Estamos a falar não só da Ucrânia e da Moldova, mas também de vários outros países, nomeadamente dos Balcãs, que têm estatuto de candidatos”, nota Margarida Marques.

Estão em causa questões políticas, mas também financeiras, uma vez que é preciso garantir a “entrada de novos membros sem prejudicar os existentes“, aponta.

Alguns problemas inesperados…

Para lá destes dois desafios complexos, Costa “pode estar fadado a ter alguns problemas com os quais não contava“, prevê António Costa Pinto, olhando para o que se passa em França e Alemanha, os motores da UE, que vivem um período conturbado com a extrema-direita a afirmar-se como actor principal no campo político.

Em França, as legislativas antecipadas podem deixar Macron em situação complicada, o que fragilizará a sua capacidade de influência.

ZAP //

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5 Comments

  1. Essa estátua é um pouco estranha…. A única semelhança que encontrei com essa estátua foi desenhos de demónios…. Já agora, não arranjavam ninguém melhor? Porque pior é difícil.

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  2. Este tipo é o maior “mijão” da política portuguesa dos últimos anos. Foi secretário geral do PS através de uma jogada palaciana em que José Seguro caiu ingenuamente, Foi primeiro ministro, através de uma derrota eleitoral. E agora, os amigos xuxas da Europa, através de mais uma jogatana, arranjam-lhe um cargozeco em Bruxelas. Pelo meio vai fazendo os seus estragos, por incompetência manifesta, mas o que interessa é dar concretismo à sorte imensa.

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  3. Com a inclusão deste sujeito, fica a nu que a UE está cada vez mais em queda. Não sei qual o futuro desta organização económica, com cúpulas cada mais frágeis e de competência limitada. Parece que já qualquer um serve.

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  4. Eu não sei o que esta figura ira para lá fazer. O mesmo que fez cá. NADA. Não há nada feito pelo Costa que se possa dizer:
    Benza-te Deus. Um pais há tanto tempo a precisar de reformas, seja na Justiça, onde foi ministro seja na saúde e educação e agora com mais de 400 mil migrantes para integrar ou mandar dar meia volta. Para mim está tudo muito pior do que em 2015, quando esta aventesma fez a geringonça sem ter ganho as eleições. Muitos dos aumentos de impostos a que a troika nos obrigou ainda persistem hoje. Só um exemplo a chamada taxa liberatória sobre aplicações financeiras que era de 20% e ainda continua em 28%. O Povo tem o que merece. Não há pachorra.

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