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Contrate empregada filipina e aproveite o Natal. Anúncio de empresa portuguesa gera polémica

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Um anúncio divulgado pela empresa SVHome que se dedica ao recrutamento de empregadas domésticas, está a gerar polémica, com acusações de “exploração de migrantes”. Tudo porque o anúncio recomenda a contratação de “empregadas filipinas” para o Natal.

“Contrate empregada e dedique mais tempo à sua família”, refere o anúncio que terá sido enviado por email a potenciais clientes, com a nota “Empregadas Filipinas para Servir à Mesa, Cozinhar, Babysitting“.

Pelas redes sociais há quem partilhe o anúncio com críticas de que espelha “algumas das principais características da globalização capitalista”, citando a “desigualdade entre classes sociais” e a “exploração de migrantes de países mais pobres“.

No site da empresa, não aparece, contudo, qualquer referência à nacionalidade. “Dedique mais tempo à sua família e deixe-nos encontrar a empregada doméstica certa para servir à mesa, cozinhar ou fazer babysitting“, refere-se simplesmente.

Em nome da SVHome, a responsável Susana Villa nota ao Jornal de Notícias (JN) que são os clientes que têm uma preferência por empregadas filipinas.

Elas não celebram o Natal e, normalmente, estão sozinhas em Portugal e, para além de ganharem 10 euros por hora, ainda passam a noite com uma família”, explica ao diário.

Não há aqui nada de ilegal ou imoral. Estamos a dar trabalho a quem precisa e só não temos empregadas portuguesas a trabalhar nessa noite porque elas celebram o Natal em família”, acrescenta Susana Villa.

Já em Dezembro de 2018, a SVHome tinha divulgado o mesmo anúncio no seu perfil do Facebook, incentivando a contratação de “empregadas filipinas” para as noites de Natal e de Fim de Ano.

Noutros sites e agências de emprego há várias ofertas de serviços de serviços de empregadas domésticas oriundas das Filipinas, com anúncios onde se vinca que estas funcionárias cuidam de todo o “serviço doméstica inerente à casa” e que ainda acompanham e tratam das crianças.

As Filipinas são conhecidas por “exportarem” empregadas domésticas, sobretudo para países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Singapura.

Estas funcionárias são tidas em alta conta porque o Estado filipino promove a sua formação no trabalho de empregadas domésticas, em academias financiadas por fundos públicos.

Como o país não tem empregos suficientes para toda a população activa e como conta bastante com as remessas dos emigrantes, as Filipinas investem na formação dos seus cidadãos em trabalhos que possam exercer no estrangeiro. Um investimento que tem efeitos positivos no PIB do país, fruto do dinheiro que estes emigrantes enviam para as suas famílias nas Filipinas.

Em sites portugueses de recrutamento de empregadas domésticas como a SVHome e a Babete & Avental, a maioria dos anúncios disponibilizam os serviços de mulheres estrangeiras, sobretudo cabo-verdianas e brasileiras.

A SVHome também é criticada por publicitar os serviços destas trabalhadoras “catalogadas com foto de rosto, idade, nacionalidade e outras características”. “Surgem mercantilizadas como se, em vez de trabalhadoras, pessoas, fossem fruta, um automóvel ou um electrodoméstico”, critica a página Ganhem Vergonha.

SV, ZAP //

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