Condutor “não se lembra” de atropelar a mulher com o seu Tesla, “mas se o fez, teria estado sozinho no seu Tesla a conduzir em autopiloto, sem prestar atenção à estrada”, argumenta a defesa.
Se inicialmente negava ter atropelado mortalmente uma mulher — e fugido logo de seguida — o condutor de um Tesla mudou o seu testemunho inicial.
Agora, o homem de 42 anos não se lembra se atropelou o peão ou não. A argumentação da sua defesa é, no mínimo, bizarra, mas a estratégia revela as lacunas legais no que diz respeito ao software do famoso autopiloto — e como a funcionalidade é usada para evitar culpas.
“O meu cliente falou voluntariamente com os investigadores, e ele explicou que é provável que o seu carro estivesse a utilizar a capacidade de condução totalmente autónoma da Tesla”, disse ao Star Tribune o advogado do condutor, David Risk.
Desde que a mulher de 56 anos foi atropelada, enquanto passeava o seu cão, em novembro de 2023, que o caso tem vindo a desenvolver-se. Apesar de inicialmente ter negado responsabilidade, a polícia encontrou um limpa-para-brisas perto do corpo, e imagens de vigilância de um Tesla Modelo X cinzento de 2022 que batiam certo com os registos do seu telemóvel.
Os investigadores também encontraram danos no lado do passageiro do veículo e recolheram amostras de cabelo em três locais, de acordo com o relatório.
Apesar de ainda não haver acusação, a defesa já veio alegar que o condutor “não se lembra de atropelar Cathy Donovan com o seu Tesla, mas se o fez, teria estado sozinho no seu Tesla a conduzir em autopiloto, sem prestar atenção à estrada, enquanto fazia coisas como verificar e-mails de trabalho.”
Após inúmeros casos de acidentes, a Tesla está sob investigação da Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Autoestradas — os condutores devem estar “prontos para tomar ação imediata, incluindo travar”, sublinha a empresa no seu próprio site.
Dados de junho apontam para pelo menos 736 acidentes (17 fatais) nos EUA desde 2019 com o Autopilot da fabricante ao barulho.
