Como a música está a desvendar a misteriosa queda do reino Kaabu, na atual Guiné-Bissau

No coração da Guiné-Bissau, arqueólogos e griots — contadores de histórias tradicionais da África Ocidental — estão a unir forças para desvendar a história esquecida do Reino Kaabu.

O poderoso império da África Ocidental prosperou de meados do século XV até ao século XIX, estendendo-se ao Senegal e Gâmbia.

É um legado que tem sobrevivido em grande parte graças às tradições orais transmitidas por griots ao longo das gerações. Em Kansala, antiga capital de Kaabu, novas provas arqueológicas alinham-se com algumas dessas histórias contadas na região.

Naquela que é a maior movimentação arqueológica alguma vez feita na Guiné-Bissau, liderada pelo Conselho Nacional de Investigação de Espanha, foram encontrados vestígios do comércio com os europeus, como garrafas de gin holandesas.

Os arqueólogos estão também a encontrar sinais da queda dramática do reino na década, alegadamente no ano de 1867, despoletada por uma explosão de pólvora desencadeada pelo último governante de Kaabu durante um cerco da prolongada guerra religiosa contra os Fula, conhecida como a Guerra de Kansala.

Durante séculos, os griots desempenharam um papel vital na manutenção da memória dos governantes e dos acontecimentos de Kaabu. As suas narrativas, muitas vezes executadas com a kora, um instrumento de cordas tradicional, continuam a ser fundamentais para a identidade cultural da região.

 

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Entre os que continuam esta tradição está Nino Galissa, músico e descendente dos griots que outrora serviram a corte de Kaabu. A sua mais recente canção, inspirada nos trabalhos arqueológicos, serve de ponte entre o passado oral e o presente científico. “Os griots já a cantaram, mas agora sabemos que é real”.

 

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ZAP //

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