É provável que, em troca dos apoios, a companhia aérea portuguesa tenha que abdicar de slots, algo que não estava previsto no plano de reestruturação entregue pelo Estado português em Bruxelas.
Margrethe Vestager, Comissária Europeia e responsável pela pasta da concorrência, preferiu não abrir o jogo esta manhã, quando falava aos jornalistas sobre a viabilização do plano de reestruturação da TAP, mas confirmou que uma resposta deve ser dada ainda esta semana e, ao que tudo indica, apesar de a responsável não o ter afirmado diretamente, esta será positiva, ou seja, a companhia receberá mesmo o apoio do Estado português.
De acordo com o Expresso, Vesteger também avançou que a TAP deverá receber, para além da quantia respeitante ao apoio do Estado português, mais verbas relacionadas com a recuperação dos danos provocados pela pandemia (entre 150 milhões de euros a 160 milhões de euros), as quais terão sido solicitadas a Bruxelas também pelo Estado português e deverão chegar aos cofres da companhia aérea ainda este ano.
“Tem sido muito encorajador ver os planos de reestruturação delineados para a TAP. Penso que há uma viabilizalção a longo prazo para a companhia”, afirmou a responsável. A incógnita prende-se agora com os compromissos que a empresa terá de assumir, os quais deverão estar relacionados com a redução das slots (intervalos temporais para a descolagem e aterragem dos voos). “O apoio público à TAP é bastante grande e, a fim de atenuar a distorção da concorrência, a TAP também aceitou alguns compromissos“, esclareceu a Comissária.
Ainda segundo o segundo o Expresso, o plano de reestruturação da companhia foi entregue a 10 de dezembro de 2020, mas não previa alterações nas slots, mas depois de, em julho, a Comissão Europeia ter avançado com uma investigação ao plano de reestruturação ficou claro que a TAP teria de abdicar de slots — uma das compensações que terá sido exigida por Bruxelas de forma a limitar as desigualdades na Concorrência.