Começa esta terça-feira a celebração dos 100 anos do nascimento de Saramago

Fundação José Saramago / Flickr

O prémio Nobel da Literatura, José Saramago

O centenário do nascimento do escritor português só acontecerá em 2022, mas as celebrações começam já esta terça-feira, um ano antes, com um programa cultural internacional em torno do Nobel da Literatura.

A sessão de abertura acontecerá esta noite no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, onde a escritora espanhola Irene Vallejo lerá um “Manifesto pela Leitura”, seguindo-se um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Na Azinhaga, a aldeia ribatejana onde José Saramago nasceu, será plantada uma árvore, a 99.ª de uma centena de oliveiras que a Fundação José Saramago decidiu plantar na localidade ao longo dos últimos dois anos.

A cerimónia contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa. Já a ministra da Cultura, Graça Fonseca, associa-se à abertura das comemorações com a colocação de um ramo de flores onde estão depositadas as cinzas do escritor, junto a uma oliveira em frente à Fundação José Saramago, em Lisboa.

Esta terça-feira, durante o dia, alunos de mais de uma centena de escolas portuguesas, mas também estudantes em Espanha, Brasil e outros países da América Latina, vão fazer uma leitura, em simultâneo, do conto “A Maior Flor do Mundo”.

Estão ainda previstas atividades na Rede de Bibliotecas José Saramago, nomeadamente uma leitura encenada de “O ano da morte de Ricardo Reis”, em Loures, a inauguração de uma exposição em Almada e a inauguração de um mural em Leiria.

Consolidar a presença do escritor na história cultural e literária em Portugal e no estrangeiro e prestar homenagem à sua figura como cidadão são objetivos das comemorações, cujas “linhas gerais” foram anunciadas em junho passado pelo comissário da iniciativa, Carlos Reis, e pela presidente da fundação, Pilar del Río.

Do programa comemorativo sabe-se ainda que contará com a edição de uma fotobiografia, cinco conferências comissariadas pelo escritor argentino Alberto Manguel, um Colóquio de Estudos Saramaguianos no Brasil, a edição de uma moeda comemorativa e um ciclo de cinema pela Cinemateca Portuguesa.

O regresso da ópera “Blimunda”, de Azio Corghi e José Saramago, pelo Teatro Nacional de São Carlos, e a estreia do espetáculo de teatro de rua “A Passarola”, pelo Trigo Limpo Teatro ACERT, também constam da programação.

A 16 de novembro de 2022, uma centena de escolas do ensino secundário promoverão a leitura, em simultâneo, de páginas dos romances “Memorial do Convento” e “O Ano da Morte de Ricardo Reis”.

No próximo ano, neste dia, será plantada a centésima oliveira na Azinhaga.

A programação do centenário pode ser consultada através do site oficial da Fundação José Saramago.

Entretanto, a TSF conta que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) decidiu criar uma Cátedra José Saramago, sendo a primeira do país. O reitor explicou à rádio que já existiam várias cátedras espalhadas pelo mundo, mas em Portugal ainda não havia nenhuma, por isso, foi essa lacuna que a UTAD quis colmatar.

As áreas de atuação desta espécie de centro de estudos localizado em Vila Real serão a docência, a investigação e a ação cultural e as atividades que irá abranger vão desenrolar-se também em vários locais do país e em alguns sítios no estrangeiro.

ZAP // Lusa

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