Comandante russo executado após deserções em massa da sua unidade

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Sergei Ilnitsky / EPA

Um comandante russo terá sido executado após os membros da sua unidade terem desertado em massa da linha da frente.

De acordo com o Insider, citado pelo Newsweek, o comandante, Viktor Sevalnev, era um ex-condenado de 43 anos que foi recrutado pelo grupo de mercenários Wagner para a guerra na Ucrânia. O órgão independente citou informações que obteve de Vladimir Osechkin, um ativista russo que dirige o website anti-corrupção Gulagu.net.

Sevalnev dirigia uma companhia na República Popular de Luhansk (LPR) na Ucrânia Oriental, e tinha sido hospitalizado após ser ferido. Segundo o Insider, uma conversa gravada entre Sevalnev e a esposa, em novembro, revelava que este tinha sido ameaçado de execução porque os soldados da sua unidade tinham desertado.

“Não enviem pessoas para aqui, eles querem matar toda a gente”, disse no telefonema. “Hoje sou eu, amanhã outro (…). Somos apenas material de assassinato. O Ministério da Defesa executa as pessoas. Eles sabem que somos [homens mortos] e estão-se nas tintas”, disse.

O Insider revelou ainda que, em novembro, a unidade de Sevalnev sofreu pesadas perdas, alguns soldados foram mortos e os restantes desertaram. A 01 de dezembro, a esposa foi informada que Sevalnev tinha morrido na região de Donbas devido a ferimentos de estilhaços e a um golpe na cabeça.

Contudo, Osechkin tem dúvidas sobre essa versão dos acontecimentos. O ativista acredita que Sevalnev foi “executado” devido à deserção dos seus soldados.

Osechkin referiu a recente morte de outro antigo condenado, Yevgeny Nuzhin, que tinha sido recrutado em julho pelo Wagner. Em novembro, o grupo publicou no Telegram as imagens da sua morte. O vídeo mostrava um homem não identificado a atingir Nuzhin, de 55 anos, com um martelo.

Nuzhin tinha dado uma série de entrevistas na Ucrânia depois de ter sido capturado em setembro, nas quais criticava os russos e dizia que queria mudar de lado. O seu filho, Ilya, disse ao Gulagu.net, que a família estava “horrorizada” por saber da sua morte.

Yevgeny Prigozhin, o homem por trás do Wagner, negou os relatos de assassinato de Sevalnev quando questionado pelo Gulagu.net. Também negou que Sevalnev tivesse sido recrutado pelo grupo.

ZAP //

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