O estrume das 2600 vacas da “Teixeira do Batel” – a segunda maior exploração leiteira do país – irá levar biogás a três mil casas do concelho Vila do Conde, até ao final de 2025.
Na freguesia de Guilhabreu, em Vila do Conde, o cocó de 2600 vacas vai produzir gás natural, capaz de alimentar cerca de três mil casas (para já).
O projeto é explicado por José Luís Teixeira, gestor da Teixeira do Batel, ao JN. “Vão instalar aqui na exploração dois biodigestores para a fermentação de resíduos agropecuários [estrume], que vão libertar o biogás ,
Estando o biogás limpo de impurezas, continua a explicar o empresário, “é transformado em biometano e fica com uma composição igual ao gás natural“.
Este projeto marca, além do supramencionado, o fim do cheiro a estrume naquela zona, como explica José Luís Teixeira: “Os chorumes e os estrumes são introduzidos nos biodigestores, é extraído o biogás e, em seguida, são colocados num reservatório para que nós possamos utilizá-los na mesma na fertilização dos terrenos, mas já livres de metano e, por isso, sem cheiros“.
Este será o primeiro projeto de produção de biometano em Portugal, numa parceria da Teixeira do Batel com a suíça Axpo – que vem com um investimento de oito milhões de euros – e depois com a Goldenergy – que comprará a totalidade da energia para a injetar diretamente na rede de gás natural.
Numa fase inicial, espera-se que três mil casas recebam gás natural, até ao último trimestre de 2025. Se correr bem, perspetivar-se-á a abertura da central a outros produtores da região.
José Luís Teixeira refere também que esta parceria é vantajosa, pela proximidade com o gasoduto, que passa mesmo ao lado dos terrenos, facilitando a injeção do biometano na rede.
De acordo com o JN, a Teixeira do Batel é a segunda maior exploração leiteira do país, com recolha de leite 37 mil litros/dia – o que perfaz 1100 litros/mês.