Consumo de cocaína adulterada origina falecimentos e protestos contra a fraca luta contra o tráfico de droga.
“É um caso sem precedentes”, admite a polícia local.
A capital da Argentina atravessa uma semana de diversos falecimentos causados por consumo de cocaína adulterada, “altamente tóxica”. Pelo menos 23 pessoas morreram e mais de 80 foram hospitalizadas.
A cocaína foi vendida na região de Buenos Aires, afectando até agora pessoas que viviam em três cidades, originando convulsões e ataques cardíacos. As vítimas são, na sua maioria, homens entre 30 e 40 anos. Alguns dos internados estão em estado crítico.
Teme-se que o número de mortes aumente muito, ao longo dos próximos dias, porque muitas vítimas estarão a morrer sozinhas, em casa.
Na quarta-feira as autoridades policiais já tinham emitido um “alerta epidemiológico” sobre o assunto e agora pedem directamente a quem tiver comprado droga desde quarta-feira: coloquem a cocaína no lixo. Está contaminada.
“Há uma substância de elevada toxicidade, vendida como cocaína, em circulação”, tinha admitido o Ministério Público.
Sergio Berni, secretário-regional de Segurança, disse que não sabe que substância está a alterar a cocaína, mas essa “está a atacar o sistema nervoso central” das vítimas.
Já foram detidos suspeitos de contaminar a cocaína, num dos bairros de Buenos Aires. Não há indicação oficial sobre se esta contaminação surgiu por causa de disputas entre traficantes de droga.
Esta sequência de falecimentos trouxe novamente à superfície as queixas sobre a fraca luta contra o tráfico de droga e contra a toxicodependência, na Argentina.