A cerveja está a dar saúde a histórico do futebol holandês

aromano / Wikimedia

De Grolsch Veste, Estádio do Twente

No ano passado, a saúde financeira do histórico Twente foi fundamentalmente assegurada pela venda de cerveja. A Grolsch – que dá nome ao estádio – fez com que o clube faturasse quase o dobro do que faturou com a venda de jogadores.

O Twente apresentou um saldo positivo em 2022/23, e há que dar graças à… cerveja.

O que mais saltou à vista no relatório de contas do clube da cidade de Enschede foi o facto de, no ano passado, se ter faturado quase o dobro com a venda de cerveja do que com a venda de jogadores.

A receita líquida na restauração foi de 6 milhões de euros; e entraram apenas 3,75 milhões com a venda de jogadores.

A cerveja Grolsch – que dá nome ao estádio do Twente – vai saciando os cofres e a barriga do atual quarto classificado do campeonato holandês.

O Twente teve os seus tempos áureos no início da década passada, com a conquista inédita da Liga Eredivisie (2009/10), uma taça dos Países Baixos (2010/11) e duas supertaças (2010 e 2011).

Foi também nesse período que o clube conseguiu fazer as melhores vendas – algumas delas para o campeonato português.

Quando Portugal era a cerveja do Twente

O primeiro jogador a saltar do Twente para o futebol português foi Marc Janko.

Em 2011/12, o ponta de lança austríaco mudou-se para o FC Porto de Vítor Pereira, por três milhões de euros, com a tarefa ingrata de fazer esquecer Radamel Falcao.

Janko ficou apenas meia época no futebol português, mas foi o tempo suficiente para apontar cinco golos e ajudar os dragões a ganhar o bicampeonato.

Na época seguinte foi Ola John a transferir-se do Twente para território lusitano, no caso para o Benfica, por 12 milhões de euros.

Visto como uma “promessa eterna” – apesar de ter feito quase uma centena de jogos pelas águias e vencido três campeonatos, duas taças da liga, uma taça de portugal e uma supertaça – o extremo holandês nunca conseguiu afirmar-se nos encarnados, onde esteve vinculado até 2018.

Mas antes disso, em 2015, FC Porto e Benfica voltaram a “pescar” em Enschede.

Segundo informações recolhidas no Transfermarkt, os azuis-e-brancos pagaram 10,5 milhões de euros por Jesús ‘Tecatito’ Corona.

Já o Benfica desembolsou 1,25 milhões por Bilal Ould-Chikh, outra promessa formada no Twente que nunca atingiu o patamar esperado. O avançado nunca chegou sequer a vestir a camisola da equipa principal das águias.

‘Tecatito’ Corona – ainda bem fresco na memória dos portugueses – foi quem mais se distinguiu no nosso futebol. O extremo direito, transformado também em lateral por Sérgio Conceição, ganhou três campeonatos, duas taças de Portugal, duas supertaças e foi ainda considerado o melhor jogador da liga em 2019/20.

Num passado mais recente, em 2019/20, o lateral direito português Rafael Ramos (atualmente no Corinthians), transferiu-se do Twente para o Santa Clara… mas a custo 0 – num negócio que ajuda a explicar a razão pela qual a cerveja tem sido mais rentável ao clube do que a venda de jogadores.

Miguel Esteves, ZAP //

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