Num país em conflito, há quem faça parecer que a vida lá fora continua normal. É uma terapia para todos, acredita o humorista Anton Tymoshenko.
Kiev é a capital de um país em guerra, há quase quatro meses. Mas há momentos em que a vida parece “normal”.
Não estão indiferentes à guerra, e nem fazem piadas com as pessoas que têm morrido por causa do conflito, mas humoristas e público juntam-se num clube de comédia na capital da Ucrânia.
Em declarações ao canal Euronews, o humorista Anton Tymoshenko, um dos que sobem ao palco, disse que acredita que estas sessões servem para rir e para fazer terapia.
“Esta é a única maneira de salvar a saúde mental na guerra, acho eu. Não tenho dinheiro para um psicoterapeuta. Muitos ucranianos não têm dinheiro para psicoterapeutas”, comentou Anton.
Do outro lado, do lado do público, há a convicção de que não é uma situação para os comediantes, mas no geral é “muito bom” para todas as pessoas envolvidas.
“Graças aos humoristas, podemos reunirmo-nos e divertirmo-nos juntos também. É muito agradável e aposto que estar a escrever estas piadas é muito difícil para eles, é claro. Mas ajuda-nos a todos. É muito bom”, disse uma das pessoas presentes, Yuliia Shytk.
Para assistir a uma noite de comédia, neste clube em Kiev, paga-se entre 7 e 9 euros.
No meio das piadas não há referências aos ucranianos falecidos, ao cerco à cidade de Mariupol, mas Vladimir Putin não escapa. O presidente da Rússia também é alvo de zombaria e origina gargalhadas.
