Cientistas usam bambu para criar vidro transparente e resistente ao fogo

Uma equipa de cientistas usou bambu para criar um material transparente que aumentou a conversão de energia em 15% quando utilizado em células solares.

A equipa, da Universidade Central Sul de Florestas e Tecnologia (CSUFT), desenvolveu um material transparente derivado do bambu que, além de ser esteticamente agradável, também é funcionalmente superior.

Segundo o EurekAlert, o material possui uma barreira retardadora de fogo de três camadas que reduz eficazmente a libertação de calor, retarda a propagação das chamas e limita a emissão de voláteis combustíveis, fumo tóxico e monóxido de carbono (CO).

O bambu tem um tempo de ignição prolongado de 116 segundos, uma libertação total de calor de apenas 0,7 MJ/m², e uma produção total de fumo de 0,063 m². Além de propriedades mecânicas robustas, apresenta módulos de flexão e tração de 7,6 ± 1,3 GPa e 6,7 ± 1,1 GPa, respetivamente.

Já no que diz respeito à transparência, os investigadores referem que oferece uma transparência de 71,6% e um valor de névoa de 96,7%, ideal para aplicações que requerem controlo da luz.

Quando utilizado como substrato para células solares de perovskite, o bambu transparente apresenta um aumento notável de 15,29% na eficiência de conversão de energia, uma prova do seu potencial para melhorar significativamente a eficiência destas tecnologias energéticas.

Ao contrário do vidro comum de sílica, que tem certos desafios – como a sua fragilidade, alta densidade, emissões significativas de CO2 e outros gases de efeito estufa durante o seu fabrico –, o bambu resolve estes problemas e oferece benefícios ambientais, como o facto de se regenerar rapidamente, atingindo a maturidade em apenas 4 a 7 anos.

Além disso, produz até quatro vezes mais material por hectare do que a floresta, o que faz dele um recurso renovável altamente eficiente e sustentável, especialmente em comparação com a madeira.

O artigo científico foi recentemente publicado na Research.

ZAP //

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