Cientistas reconstroem cara de imperador que reinou na China há quase 1.500 anos

Cientistas da Universidade de Fudan, em Xangai, revelaram o rosto do imperador chinês Wu, uma figura proeminente da dinastia Zhou do norte durante o século VI.

Através da fusão de dados de ADN e de técnicas avançadas de análise digital, os investigadores trouxeram este antigo governante de volta à vida.

O reinado do Imperador Wu, envolto em mistério e intriga, há muito que cativou a imaginação de historiadores e entusiastas. No entanto, a falta de representações visuais tangíveis impediu uma compreensão abrangente desta figura enigmática – até agora.

Utilizando tecnologia de ponta, os investigadores recriaram o rosto do imperador recorrendo a dados genéticos extraídos do seu crânio quase completo, explica o Popular Mechanics.

A viagem começou com a recuperação de mais de 1 milhão de polimorfismos de nucleotídeo único (PNU) do túmulo de Wu, um importante achado arqueológico que data de 1996.

Os PNU, variações genéticas comuns encontradas entre indivíduos, serviram de base para a reconstrução das características físicas do imperador, incluindo o seu tom de pele e a cor do cabelo. Ao analisar estes marcadores genéticos, os investigadores obtiveram informações sem precedentes sobre a origem étnica do Imperador Wu, que pertencia ao povo Xianbei, um grupo nómada que habitava a estepe oriental da Eurásia.

Pianpian Wei

Reconstrução facial do Imperador Wu.

“Alguns académicos afirmaram que os Xianbei tinham um aspeto ‘exótico’, como a barba espessa, a ponte nasal alta e o cabelo amarelo”, afirmou Shaoqing Wen, da Universidade de Fudan, que também participou no estudo, num comunicado de imprensa. “A nossa análise mostra que o Imperador Wu tinha características faciais típicas do Leste ou do Nordeste Asiático”.

Para além de revelar a aparência do Imperador Wu, o estudo aprofundou as circunstâncias que rodearam a sua morte prematura. Os relatos históricos que descreviam sintomas como afasia e pálpebras caídas indicavam problemas de saúde, o que levou os investigadores a explorar potenciais causas de morte.

Através da análise do ADN, a equipa descobriu provas que sugeriam um risco acrescido de AVC. A descoberta alinha-se com as narrativas históricas.

ZAP //

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