Cientistas não encontraram ligação entre o uso frequente de telemóveis e risco de tumores cerebrais

1

Relação tem sido alvo de especulação, já que os seres humanos seres humanos nunca estiveram tão expostos aos telemóveis e à sua radiofrequência como agora.

Ao contrário do que a sabedoria popular parece sugerir, não há qualquer associação entre o uso de telemóvel e um risco mais elevado de tumores cerebrais. A conclusão é feita pela International Agency for Research on Cancer e a Universidade de Oxford como resultado de um estudo a longo prazo que monitorizou a saúde de quase um milhão de mulheres no Reino Unido durante mais de 20 anos.

A revelação vem, assim, pôr fim a anos de especulação sobre o tema, a qual deriva do facto de os seres humanos nunca terem estado tão expostos aos telemóveis e à sua radiofrequência como agora.

Em 2018, um estudo influente do programa National Toxicology Program, pertencente ao governo norte-americano, indicou que a exposição à radiação dos telemóveis podia causar cancro, mas nos animais. No entanto, esta constatação revelou-se controversa, com muitos especialistas a defenderem que as experiências que sujeitam ratos a altas doses de radiação durante um longo período de tempo — e as suas conclusões — não podem ser aplicadas aos tipos de exposições que os seres humanos estão sujeitos no seu quotidiano dada a utilização de telemóveis.

A dúvida permaneceu, pelo que os cientistas partiram de um grande conjunto de dados epidemiológicos para determinarem se existem taxas crescentes de tumores cerebrais na população geral. Em 2013, um grupo de investigadores analisou a correlação entre o uso de telemóveis e os tumores cerebrais em 791 mil mulheres — com os dados a terem origem num grande e contínuo projeto chamado Million Women Study.

Tal como lembra o New Atlas, o estudo começou na década de 1990, tendo recrutado, em 2001, uma em quatro mulheres nascidas no Reino Unido entre 1935 e 1950. Nos anos que se seguiram, cada uma delas recebeu questionários com o objetivo de recolher dados sobre os seu estilo de vida e saúde.

O estudo de 2013 analisou os dados relativos à utilização de telemóveis, não tendo encontrado qualquer associação com incidências de glioma, meningioma ou cancros do sistema nervoso não central. O novo estudo dá continuidade ao anterior, tendo seguido 776 mil mulheres durante uma média de cerca de 14 anos. Durante esse período, os investigadores observaram 3.268 mulheres que desenvolveram tumores cerebrais.

No entanto, não apontaram qualquer relação entre o uso de telemóveis e as taxas de tumores cerebrais.

Também não foi encontrada qualquer ligação entre o uso diário do telemóvel e o aumento da incidência de glioma, neuroma acústico, meningioma, tumores da hipófise ou tumores oculares. Os autores também não encontraram diferenças entre as taxas de tumores que apareciam no lado direito da cabeça comparativamente com os do lado esquerdo, tendo em consideração os utilizadores diários de telemóveis — isto porque estudos anteriores indicavam que a maioria dos utilizadores usava predominantemente o telemóvel no lado direito da cabeça.

Os investigadores são cauteloso ao apontar as limitações nas suas descobertas. Por exemplo, o estudo não inclui crianças e menos de uma em cada cinco mulheres no estudo relatou o uso de telemóvel durante mais de 30 minutos por semana, o que significa que não é claro se uma utilização mais frequente aumenta ou não o risco de tumores.

ZAP //

1 Comment

Responder a Eu! Cancelar resposta

Your email address will not be published.