A China está a intensificar o uso de chuva artificial para lidar com uma seca sem precedentes, que está a afetar várias áreas do país e a causar interrupções no fornecimento de energia, informou esta quinta-feira a imprensa local.
Os departamentos meteorológicos nas províncias de Hubei e Hunan, no centro do país, estão a lançar foguetes que libertam substâncias de condensação, como iodeto de prata, nas nuvens, acelerando a precipitação.
Na quarta-feira, a chuva abundante que caiu numa cidade de Hubei, devido à utilização daquela técnica, aliviou as altas temperaturas e a seca que assolaram aquela área, desde meados do verão.
“Não é assim tão fácil aumentar artificialmente a chuva, mas estávamos prontos, desde 19 de julho, para ‘disparar o canhão’, assim que chegasse a hora”, disse Yu Xiaoyao, chefe do departamento meteorológico da cidade de Taoyuan, citado pelo jornal HunanDaily.
“A melhor chuva artificial requer nuvens adequadas no céu, com camadas de 2 a 3 quilómetros de espessura”, explicou Yu.
O condado de Taoyuan começou a registar altas temperaturas e pouca chuva no final de julho, com a temperatura mais alta a atingir os 41 graus. Nas últimas duas semanas, a precipitação acumulada no concelho foi de 3,3 mm, um decréscimo homólogo de 82,6 mm.
O ministério dos Recursos Hídricos disse em comunicado, na quarta-feira, que a seca em toda a bacia do rio Yangtzé está a “afetar negativamente a segurança da água potável da população rural e do gado e o crescimento das plantações”.
A seca prolongada no sudoeste da China resultou também em escassez de energia, já que a região é altamente dependente da produção hidroelétrica, o que obrigou ao encerramento temporário de fábricas, segundo a imprensa local.
Empresas na província de Sichuan, incluindo fabricantes de painéis solares e cimento, tiveram que fechar ou reduzir a produção, depois de receberem ordens para racionar energia, durante um período de cinco dias.