No mês passado, a China entrou em deflação, com uma queda de 0,3% no índice de preços no consumidor e de 4,4% nos preços no produtor. É a primeira vez, desde novembro de 2020, que ambos os indicadores registam contrações. O Governo está sob pressão, para aumentar os apoios monetários e fiscais.
A China entrou em deflação, em julho, o que despoletou a pressão sobre os responsáveis políticos, para intensificar o apoio monetário e fiscal.
No entanto, os sinais de que o declínio dos preços será temporário poderão limitar qualquer estímulo.
Esta quarta-feira, o Gabinete Nacional de Estatísticas da China (NBS) informou que, no mês passado, o índice de preços no consumidor (IPC) caiu 0,3%, em relação ao ano anterior, assinalando o seu primeiro declínio desde fevereiro de 2021.
Já os preços no produtor caíram pelo décimo mês consecutivo, contraindo 4,4%, em julho, em relação ao ano anterior – ligeiramente pior do que o esperado.
É a primeira vez desde novembro de 2020 que tanto os preços ao consumidor como ao produtor registaram contrações.
A economia chinesa enfrenta vários desafios, nomeadamente a queda do mercado imobiliário, a redução na procura de exportações e o consumo moderado.
Robin Xing, economista-chefe da China na Morgan Stanley, confirmou que a China está em deflação, mas questionou a duração: “Depende dos responsáveis políticos: vão reagir com uma flexibilização fiscal e monetária coordenada?”.
De acordo com a Time, as autoridades chinesas têm impedido os economistas de discutir a deflação, numa tentativa de promover narrativas positivas sobre a economia.
Oficiais do Banco Popular da China (PBOC) afirmaram que a China evitará a deflação, no segundo semestre do ano, com o crescimento dos preços ao consumidor a aproximar-se de 1% até ao final do ano.
A expectativa é que a deflação no IPC seja apenas temporária, e que a pressão da primeira metade do ano possa aliviar, especialmente nos preços dos alimentos e da energia. Por outro lado, sair da deflação no caso do índice de preços no produtor poderá ser mais desafiante, no resto do ano.
A situação da deflação na China é complexa e está a requerer uma ação cuidadosa por parte dos responsáveis políticos.
A necessidade de estímulos monetários e fiscais coordenados é evidente, mas a implementação eficaz destas medidas é crucial para garantir que a liquidez não fique retida no sistema financeiro e seja canalizada para áreas produtivas da economia.