O Chelsea conquistou a segunda Liga Europa da sua História. Após uma primeira parte sem golos na final de Baku, os “blues” mostraram-se irresistíveis na segunda parte e marcaram por quatro vezes, batendo o Arsenal por claros 4-1.
A competência do Chelsea no ataque, com oito remates enquadrados em 14, foi um dos factores responsáveis por este desfecho, aproveitando da melhor forma o adiantamento contrário na segunda parte. E quem tem Eden Hazard arrisca-se mesmo a conquistar títulos.
O Jogo explicado em Números
- Arranque algo indefinido em Baku, embora com o Chelsea a querer impor o seu jogo de posse. No primeiro quarto-de-hora os “blues” já tinham 58% de posse e a melhor eficácia de passe (84%-76%), mas o único remate pertencia ao Arsenal, sem a melhor direcção.
- A pressão em terrenos adiantados dava ao Arsenal vantagem nas disputas e nas segundas bolas, tornando inútil a posse do Chelsea. Ao mesmo tempo, os “gunners” conseguiam explorar as faixas laterais, com longas mudanças de flanco a criar dificuldades à defesa dos “blues”.
- Assim, apesar dos 53% de posse do Chelsea à passagem da meia-hora, o Arsenal somava dois remates, um deles a tocar ainda na barra, por Granit Xhaka, contra um do seu adversário.
- A melhor ocasião da primeira parte surgiu aos 39 minutos, com uma bela combinação do Chelsea a terminar com um remate rasteiro e muito colocado de Olivier Giroud, a obrigar Petr Cech a uma grande defesa. Perto do intervalo já os “blues” haviam virado o jogo e registavam tantos remates quanto o Arsenal, quatro, mas os dois únicos enquadrados da partida.
- Nulo na primeira parte em Baku, num jogo em que o Arsenal tentou contrariar o habitual jogo dominador do Chelsea, com pressão em terrenos adiantados e mudanças de flanco, mas deixou-se enredar jogo apoiado do seu adversário, terminando os “blues” por registar mais posse de bola, melhor eficácia de passe, mais remates e também mais perigosos. O melhor em campo nesta fase era, porém, um jogador dos “gunners”, Granit Xhaka, com um GoalPoint Rating de 5.9, em especial pela qualidade que demonstrou nos passes longos, com oito certos em nove, num total de 33 entregas (91% certas).
- Excelente arranque de segunda parte do Chelsea. Aos 49 minutos, Emerson cruzou da esquerda e Giroud foi mais rápido que todos, cabeceando com oportunismo para o fundo da baliza da sua antiga equipa. Um tento ao sétimo remate dos “blues”, terceiro enquadrado.
- Aos 60 chegou o 2-0. O Chelsea estava por cima no jogo, a trocar bem a bola e, em mais um lance colectivo de qualidade, Eden Hazard descobriu Pedro Rodríguez na grande área e o espanhol desviou com sucesso.
- Nesta fase o Chelsea registava 53% de posse de bola e três remates na segunda parte, dois deles enquadrados, contra apenas um disparo dos “gunners” desde o descanso. Curiosamente era o Arsenal a apresentar uma eficácia de passe de grande nível, nada menos que 92% de acerto no segundo tempo. Porém, sem encontrar espaços para criar perigo.
- Ao invés, o Chelsea aproveitava o adiantamento contrário e, aos 64 minutos, o árbitro assinalou falta de Ainsley Maitland-Niles sobre Giroub na grande área. Na cobrança do respectivo penálti, Hazard fez o 3-0, ao nono disparo dos “blues”, quinto enquadrado. Estava praticamente decidida esta final, mas ainda faltava…
- Aos 69 minutos, Alex Iwobi, acabado de entrar, arrancou um estupendo pontapé de fora da área para o 3-1, dando alguma esperança aos “gunners”. Isto numa fase em que o Arsenal já havia pegado no jogo e registava 54% de posse de bola. Mas o Chelsea estava imparável e, logo a seguir, Giroud serviu Hazard para o bis do belga e no ar ficou a sensação que o Arsenal não iria reagir a este golo.
- E não reagiu. O quarto golo foi um duro golpe para os comandados de Unai Emery, que baixaram os braços e nunca mais mostraram crença na possibilidade de sequer assustar o seu adversário. A capacidade e objectividade ofensiva e a solidez defensiva do Chelsea neste jogo não o permitia.
O Homem do Jogo
O MVP só podia ser um. Após uma primeira parte algo discreta, Eden Hazard abriu o livro na segunda e destruiu o Arsenal, que correu quase sempre atrás do prejuízo desde o intervalo. O belga terminou o encontro com um GoalPoint Rating de 8.6, com um registo de dois golos, um deles de grande penalidade, uma assistência em cinco passes para finalização, três remates (todos enquadrados) e cinco dribles eficazes em dez tentativas. Uma exibição memorável.
Jogadores em foco
- Olivier Giroud 7.8 – O ponta-de-lança “traiu” a sua antiga equipa com uma bela exibição. O francês fez um belo golo de cabeça (o 1-0), realizou uma assistência em três passes para finalização e enquadrou dois dos três remates que realizou.
- Alex Iwobi 7.5 – O nigeriano entrou apenas aos 67 minutos, mas volvidos dois arrancou um grande pontapé que só parou no fundo da baliza do Chelsea. Nos minutos que esteve em campo conseguiu ainda criar uma ocasião flagrante de golo em três passes para finalização e errou apenas um de 16 passes, sendo o melhor dos “gunners”.
- Jorginho 6.5 – O brasileiro foi fundamental no trabalho táctico da equipa de Sarri. Sem grande registo ofensivo (somente um passe para finalização), Jorginho completou 89% dos passes que fez e esteve intratável na retaguarda, com 13 acções defensivas, entre elas sete desarmes e três bloqueios de passe.
- César Azpilicueta 6.0 – O espanhol foi um dos esteios defensivos dos “blues”. O lateral-direito registou 13 acções defensivas, nomeadamente três desarmes, quatro intercepções, dois alívios, bloqueios de passe e de remate e ainda fez um corte decisivo.
- Petr Cech 5.3 – Uma palavra para o guardião checo. É certo que encaixou quatro golos numa final europeia, mas não se pode dizer que tenha tido responsabilidade em algum e até adiou, na 1ª parte, a vantagem “blue”. O mais relevante acaba por ser o facto de este ter sido o derradeiro jogo de Cech, que anunciou o final de uma brilhante carreira. E fê-lo com um registo de quatro defesas, três seguras e duas a remates na sua grande área.
Resumo
// GoalPoint