Cientistas descobrem como o nosso cérebro processa o humor (com a ajuda de Charlie Chaplin)

Wallpaper FLare

A pesquisa descobriu que durante as cenas mais engraçadas, houve um aumento nas ondas cerebrais de alta frequência e uma diminuição nas ondas de baixa frequência

Um novo estudo publicado na Neuropsychologia descobriu os mecanismos de processamento de humor no nosso cérebro — com a ajuda de Charlie Chaplin.

Os investigadores usaram gravações de potencial de campo local intracraniano (LFP), que permitem a medição direta da atividade neuronal com alta precisão espacial e temporal.

Durante uma gravação LFP, pequenos elétrodos são colocados diretamente sobre ou dentro do tecido cerebral para medir os sinais elétricos. Os elétrodos detetam as mudanças nos potenciais elétricos resultantes da atividade sincronizada dos neurónios próximos.

Foi usado como estímulo um segmento de 3 minutos do filme de comédia “Circus” (1929), com Charlie Chaplin. Treze pacientes com epilepsia foram envolvidos na parte experimental do estudo, tendo sido submetidos à implantação de elétrodos cerebrais profundos como parte da sua avaliação pré-cirúrgica.

Os cientistas fizeram com que o grupo independente de participantes saudáveis ​​classificasse continuamente os momentos engraçados no segmento do filme. O objetivo era identificar os períodos mais e menos engraçados do filme, que posteriormente subsidiariam a análise dos dados neurais.

Os resultados mostraram um envolvimento consistente do lobo temporal anterior, da junção temporo-parietal e do sulco temporal-occipital no processamento do humor. Estas regiões exibiram respostas específicas de frequência a estímulos humorísticos. Diferentes bandas de frequência, como oscilações delta, teta e gama, foram moduladas durante a perceção do humor.

Os autores descobriram que durante as cenas mais engraçadas, houve um aumento nas ondas cerebrais de alta frequência e uma diminuição nas ondas de baixa frequência. O padrão oposto foi observado durante as cenas menos engraçadas.

Isto sugere que a atividade cerebral de alta frequência, associada a tarefas que exigem muito raciocínio, também está envolvida na apreciação do humor, escreve o Psy Post. Por outro lado, as cenas que não são engraçadas promovem desatenção e introspeção, levando a mais atividades de baixa frequência.

Os resultados suportam a ideia de que o processamento do humor envolve dois mecanismos complementares: a deteção de incongruência e a experiência de emoções positivas.

O sistema cognitivo responsável pela deteção de incongruência envolve o lobo temporal, o giro frontal inferior e o córtex cingulado anterior dorsal, enquanto que o sistema emocional envolve áreas cerebrais como a ínsula, o córtex cingulado anterior ventral e as regiões mesocorticolímbicas.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.