A pesquisa descobriu que as mortes terão sido causadas por uma infeção pela bactéria Bisgaard taxon 45.
Um estudo inovador publicado na Nature Communications aponta para uma bactéria como possível causa da morte de seis elefantes na região noroeste do Zimbabué.
Conduzido por cientistas do Victoria Falls Wildlife Trust, da Animal and Plant Health Agency do Reino Unido, da Universidade de Surrey e de laboratórios sul-africanos, o estudo investigou a morte de 35 elefantes entre agosto e setembro de 2020 numa área de 40 x 25 km. A investigação surgiu após o alarmante declínio de aproximadamente 350 elefantes no vizinho Botswana entre maio e junho do mesmo ano.
Os elefantes da savana africana estão em perigo, com apenas 350 mil restantes em estado selvagem e uma taxa anual de perda estimada em 8%.
O estudo foi desafiante devido às dificuldades logísticas e à incerteza inicial sobre a doença em questão. O envenenamento por cianeto e a caça furtiva foram rapidamente descartados como causas, uma vez que as análises toxicológicas não revelaram traços de veneno e as presas dos elefantes mortos permaneceram intactas.
Posteriormente, análises mais profundas identificaram uma infeção séptica causada pela bactéria provisoriamente nomeada Bisgaard taxon 45 em seis dos elefantes. A bactéria, um membro ainda não classificado da família Pasteurellaceae, foi confirmada através de isolamento bacteriano e análise genética. Até então, esta bactéria nunca tinha sido associada a mortes de elefantes, escreve o SciTech Daily.
O estudo realça a transmissão potencial da bactéria entre elefantes, particularmente devido à sua natureza altamente sociável. Os investigadores também apontam para o possível papel do stress associado a eventos climáticos extremos, como a seca, na propagação da infeção.
Os especialistas concordam que são precisas mais pesquisas para entender melhor as implicações a longo prazo desta bactéria para a população de elefantes africanos e outros animais selvagens.