Camiões a gás natural emitem mais óxido de azoto do que camiões a gasóleo

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Scania / Flickr

Os camiões movidos a gás natural liquefeito (GNL) emitem até cinco vezes mais óxido de azoto (NOx) do que os camiões a gasóleo, indicaram testes na estrada pedidos pelo Governo holandês e esta quarta-feira divulgados.

Os resultados foram divulgados pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E) esta quarta-feira, que diz que os testes confirmam que os governos da União Europeia devem acabar com os incentivos ao GNL.

Em Portugal, o imposto especial sobre o consumo aplicado ao gás é de 1,86 euros por unidade de energia, enquanto no caso do gasóleo é de 13,54 euros, refere a associação ambientalista portuguesa Zero, que faz parte da T&E.

A Zero defende que “se o imposto sobre o gasóleo fosse aplicado na mesma medida ao gás, Portugal poderia beneficiar de receitas adicionais de impostos na ordem dos 7,98 milhões de euros”.

De acordo com a T&E, organização ambientalista não governamental que representa 58 entidades de 26 países, os resultados dos testes são contrários aos argumentos apresentados pelos fabricantes dos camiões movidos a GNL, que dizem que estes veículos reduzem as emissões de NOx em mais de 30%.

Nos testes a três camiões a GNL, em cidade ou em estrada, as emissões variaram entre dois a cinco vezes mais NOx do que num camião a gasóleo.

Em comunicado a Zero exige que o Governo deixe de promover o GNL e incentive o setor da logística na transição das frotas a GNL para frotas elétricas. Além disso, nota que apesar de o setor do gás tentar fazer crer que o GNL tem um benefício climático, “a verdade é que continua a tratar-se de um combustível fóssil, como o petróleo e o carvão, por isso contribui para as alterações climáticas”.

Nas cidades, acrescenta-se no comunicado, a poluição emitida pelos camiões a GNL “pode causar impactos na saúde ainda mais significativos do que os camiões a gasóleo”.

// Lusa

3 Comments

  1. Não vamos aqui tecer considerações científicas, porque apenas seriam entendidas por um número restrito de pessoas e o objectivo destes fóruns é o de abrangerem o maior número de leitores. Mas quem estuda as coisas ligadas à mobilidade há muito que sabe que há apenas um combustível que é absolutamente neutro para o meio ambiente, desde que seja descontado o transporte ou a mobilidade individual egoísta. Esse combustível é o hidrogénio. Se a intenção é mesmo salvar o planeta não há qualquer outra alternativa viável. Sejamos honestos de uma vez por todas, porque a jusante estão os nossos filhos e netos e os descendentes destes. Já de pouco, de muito pouco servem os mercedes, os audis, os jaguares, os porches, os maseratis, os land rovers, os ferraris e outras marcas jocosas que vemos aos domingos de tarde nas parques dos hiper, nas redondezas dos campos de futebol e onde quer que haja grandes aglomerações de pessoas. Quando vemos gente com esse tipo de equipamentos imediatamente se lhes associa analfabetismo e incúria, o desrespeito pelo planeta e pelos biliões de esfomeados que nele vivem já quase sem água e sem ar. Mudaram os tempos , não passe por pessoa com a mania das grandezas, que é um a doença mental… e perigosa nos tempos que correm. Troque o seu porsche ou jaguar por uma bicicleta a pedal e vai ver como há mais pessoas a gostarem de si.

  2. Essas asneiradas da T&E propaladas pela Zero (cujo nome é bem justificado) são desmentidas aqui:
    http://apvgn.pt/desmentido/
    A T&E não é uma organização séria pois nem sequer soube estudar devidamente os relatórios da TNO.

    Quem quiser o documento com a análise completa das asneiras da T&E pode clicar aqui:
    https://www.ngva.eu/wp-content/uploads/2019/09/NGVA-Europe_comments-on-TE-report_Do-gas-trucks-reduce-emissions_20190923.pdf

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