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O buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea está a tornar-se cada vez mais ativo (e não se sabe porquê)

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Uma equipa de astrónomos confirmou que, nos últimos quatro anos, houve um aumento de explosões de raios-X no buraco negro supermassivo Sagitário A (Sgr A*), localizado no centro da Via Láctea.

Sagitário A* é um buraco negro supermassivo, localizado a 26 mil anos-luz do Sistema Solar no centro da Via Láctea. Os resultados da investigação apoiam estudos anteriores que documentaram o aumento da atividade do buraco negro.

Em 2017, a astrofísica belga Emmanuelle Mossoux, da Universidade de Liège, e o astrónomo francês Nicolas Grosso, do Observatório Astronómico de Estrasburgo, publicaram um relatório sobre as suas observações do buraco negro Sagitário A*, ao longo de 16 anos, com os telescópios espaciais XMM-Newton, Chandra e Swift.

Durante este período, os investigadores registaram um total de 107 clarões, que têm vindo a aumentar de intensidade desde 2014. O artigo refere que desde 31 de agosto de 2014, o número de clarões de raios-X brilhantes triplicou, enquanto o número de clarões fracos, em contraste, diminuiu desde agosto de 2013.

Os cientistas prepararam um relatório para o período de 2016 a 2018, que mostra que o nosso centro galáctico está a tornar-se cada vez mais agitado. Durante este período, os astrónomos observaram 14 novos surtos, que juntamente com os dados anteriores dão um total de 121 surtos para o período de 1999 a 2018.

 

Os autores também apresentam resultados da análise preliminar dos dados do ano de 2019, durante o qual o telescópio Swift registou até quatro clarões brilhantes, um número sem precedentes num período de tempo tão curto.

Os dados de 2019 obtidos pelos telescópios XMM-Newton e Chandra ainda estão em preparação para publicação, mas os cientistas acreditam que será possível tirar conclusões preliminares sobre as causas do aumento da atividade de raios X.

Ao estudar e rever os métodos para determinar a sua taxa e distribuição, os astrónomos descobriram que uma das conclusões anteriores estava incorreta: na verdade, não houve diminuição na taxa de explosões fracas, o que mostrou estabilidade durante todo o período analisado.

Os resultados estão descritos num artigo aceite para publicação na revista científica Astronomy & Astrophysics, com uma pré-publicação do artigo disponível no arquivo de artigos científicos arXiv.

ZAP //

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