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Britânica regressa das férias com larvas a viver na sua testa

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Quem nunca teve uma dor de cabeça sem motivo aparente, que atire a primeira pedra. No caso de uma britânica, o desconforto era, afinal, provocado por larvas a viver na sua testa.

Quando a britânica deu entrada nas urgências, os médicos pensaram de imediato que o inchaço na sua testa se tratava de uma picada de inseto, uma vez que a paciente tinha dado uma caminhada na floresta tropical do Uganda há muito pouco tempo.

A equipa médica acabou por dar alta à britânica, receitando uma dose de antibióticos. No entanto, três dias depois, a mulher de 55 anos voltou ao hospital com um inchaço ainda maior, desta vez acompanhado de uma dor forte. Aí, os médicos perceberam que ela não estava sozinha.

Quando olharam mais de perto, os médicos viram uma pequena abertura na testa da britânica, da qual saía uma solução aquosa que permanecia um verdadeiro mistério. Depois de alguns exames, os médicos chegaram à conclusão que, por baixo daquela pele fina, vivia uma espécie rara das florestas tropicais da África: uma larva da mosca de Lund (Cordylobia rodhaini).

Os médicos ficaram muito surpreendidos com caso raro que tinham em mãos: foram apenas publicados 14 casos em todo o mundo desde 1970. E este foi o segundo caso registado no Reino Unido. O artigo científico foi recentemente publicado na BMJ Case Reports.

Estas moscas são muito comuns em florestas tropicais da África subsariana e, normalmente, depositam os seus ovos na areia ou na roupa. É por essa razão que a maioria das infeções em humanos não ocorrem no rosto, mas sim no peito, costas, zona abdominal e coxas, onde o corpo contacta com a roupa.

Depois de recordar cada detalhe da sua viagem, a turista conseguiu chegar à conclusão que contraiu a infeção depois de enrolar o cabelo numa toalha húmida que havia sido deixada do lado de fora para secar.

As larvas demoram, geralmente, três dias para serem “ativadas” pelo corpo quente do seu hospedeiro – e é aqui que a larva se torna uma verdadeira ameaça, invadindo a pele mais fina possível que encontra, deixando apenas um pequeno furo para que continue a poder respirar debaixo da pele.

Uma semana depois de se instalar confortavelmente nos seus aposentos, que neste caso eram a testa da britânica, a mosca abre as asas e vai embora.

Pode parecer tentador retirar a larva quando ela está “entranhada”, mas esse ato pode causar danos sérios. “A larva não deve ser removida à força através do ponto central porque a sua forma cónica com fileiras de espinhos e ganchos prende-a ao tecido subcutâneo”, explica o estudo.

Se a larva explodir durante o momento de remoção, pode originar uma séria reação inflamatória.

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