O governo brasileiro suspendeu as negociações com a União Europeia para receber famílias desalojadas pela guerra civil na Síria.
O governo interino brasileiro, liderado por Michel Temer, decidiu suspender as negociações que mantinha com a União Europeia sobre a receção de refugiados sírios.
Segundo a BBC Brasil, as negociações foram suspendidas por iniciativa do atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
A decisão foi justificada com o facto de o novo governo querer uma política mais restritiva quanto à receção de estrangeiros e à segurança das fronteiras.
Além disso, a ideia de acordo com a Europa não foi bem recebida pelo Ministério das Relações Exteriores, também conhecido por Itamaraty, por considerar que a própria UE tem de ser mais generosa com os refugiados.
Esta atitude vai totalmente contra a postura do anterior governo, que procurava obter recursos internacionais para alojar cerca de 100 mil pessoas que fugiram do conflito na Síria.
Em março passado, o então ministro da Justiça, Eugênio Aragão, tinha visitado o embaixador da Alemanha no Brasil para tratar dessa questão.
Também a anterior presidente, Dilma Rousseff, tinha prestado o seu apoio à causa, afirmando que estava de “braços abertos” para acolher refugiados.
Em 2013, o governo brasileiro chegou mesmo a introduzir um visto especial que facilitava a entrada de refugiados sírios no Brasil. Desde então, cerca de dois mil chegaram ao país.
Cerca de cinco milhões de sírios deixaram o país desde o início da guerra civil, a maioria rumo a nações vizinhas. Este deslocamento provocou a maior crise humanitária mundial dos últimos 70 anos.
ZAP / BBC