Licença de paternidade no Reino Unido é a pior da Europa. Por isso, o grupo Dad Shift decidiu espalhar bonecos por sítios inesperados.
O Reino Unido foi ganhando um estatuto de ser um dos países mais avançados e civilizados do mundo, há muito tempo.
Mas há um aspecto – provavelmente entre outros – em que o atraso é evidente: a licença de paternidade.
No Reino Unido, os pais só têm direito a uma ou duas semanas de licença remunerada para passar tempo com os seus filhos recém-nascidos. Recebem 165 euros por semana.
Para isso, têm que estar a trabalhar para o mesmo empregador durante meio ano seguido, no mínimo: e até à 15.ª semana antes da data prevista para o nascimento. E precisa de avisar o empregador, por escrito, pelo menos 15 semanas antes do parto.
É descrita como a pior oferta de licença de paternidade da Europa. Agora surge um movimento contra essa lei.
O grupo Dad Shift, que como o próprio nome diz quer uma mudança neste assunto, começou a prender bonecos de bebés – em tamanho real – em estátuas.
Os activistas amarram os bonecos com os panos de babywearing, e escolhem sempre estátuas de homens famosos no centro de Londres.
A ideia é deixar um aviso ao Governo de Londres: melhorar as opções de licença parental no país. Querem uma licença parental que seja “acessível às pessoas, que dê um tempo substancial e que apoie a igualdade entre os pais”, cita o The Guardian.
O Dad Shift considera que a licença parental adequada para os pais e co-pais é “boa para as mães, boa para os bebés, boa para os pais e boa também para a sociedade“.
“Os países com seis ou mais semanas de licença de paternidade têm uma disparidade salarial entre homens e mulheres que é 4% mais baixa… o que significa que a mudança pode ajudar a fazer crescer a economia e ao mesmo tempo ajudar as famílias britânicas”, lê-se na carta aberta do grupo, que deve ser entregue ao primeiro-ministro Keir Starmer ainda em Setembro.
A lei actual afasta os pais desse pedido: um em cada três pais no Reino Unido não tirou licença de paternidade depois do nascimento do filho. Quando tiram, metade das famílias teve dificuldades financeiras depois.
Em Portugal, o pai tem direito a 28 dias de licença: os primeiros 7 dias após o nascimento são obrigatórios; os outros 21 dias devem ser gozados nas 6 semanas seguintes ao nascimento.
