Bombeiros de Bilbau dizem que foram impedidos por 3 vezes de se juntar aos trabalhos de socorro na Comunidade Valenciana, severamente afetada esta semana por inundações devastadoras que já mataram pelo menos 214 pessoas.
“Apesar de todos os esforços do nosso chefe de operações, não conhecemos as razões políticas ou organizacionais pelas quais a população de Valência não pode contar com a nossa ajuda”, afirmam os profissionais num vídeo publicado nas redes sociais, este sábado
De acordo com os bombeiros do país basco, desde 30 de outubro, foram ativados três vezes. No entanto, de cada vez foram impedidos de se deslocarem ao local da catástrofe e detalharam que têm à sua disposição três mergulhadores especializados, um camião-guindaste, material de resgate variado, um hospital de campanha, entre outros equipamentos.
— A.D.C.Bomberos Bilbao (@BomberosBilbao) November 2, 2024
Horas depois da denúncia, os bombeiros de Bilbau informaram que foram “novamente mobilizados” para Valência na manhã deste domingo. “Esperemos que agora seja o definitivo e que possamos ajudar”, escreveram, numa altura em que o primeiro-ministro Pedro Sanchez admite que a ajuda é insuficiente.
“Boa vontade pode tornar-se problema”
A este respeito, o Ministro da Segurança do Governo Basco, Bingen Zupiria, disse numa entrevista recente que, embora o executivo regional tenha deixado clara a sua vontade de colaborar, disponibilizando equipamento e recursos humanos, Valência rejeitou, de momento, os esforços, embora tenha expressado a sua gratidão pelo apoio institucional.
“Chegará um momento em que a solidariedade será necessária e vamos ativá-la entre o governo, os conselhos provinciais e os conselhos municipais, mas até lá qualquer iniciativa que possa haver pode complicar a situação, e é uma questão de o esforço que vamos fazer ser útil e eficaz”, disse, apelando a que as necessidades específicas sejam comunicadas.
Diferentes associações do País Basco organizaram-se com o objetivo de criar mecanismos de ajuda. A Cruz Vermelha está em contacto com duas cadeias de supermercados para poder fornecer alimentos e produtos de primeira necessidade às zonas mais afetadas.
Outras organizações abriram contas bancárias para receber donativos. No entanto, as instituições valencianas não lançaram um apelo específico, pelo que estas iniciativas permanecem em suspenso.
“Se não for devidamente organizado, a boa vontade que podemos ter para ajudar pode tornar-se um problema […]. Se não nos disserem o que precisam e quando, não devemos fazer nada. Neste momento, para fazer o bem, é preciso estar muito atento às questões específicas que nos vão colocar”, sublinha Zupiria.
Este domingo, as previsões de chuva forte voltam a colocar as regiões de Valência, Múrcia e Catalunha sob aviso laranja. Podem ocorrer novas tempestades no Mediterrâneo, perto da costa espanhola, avisa o Instituto de Meteorologia Espanhol.
ZAP // RT