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Rapidez, posse, mas também instabilidade: O que pode o Benfica esperar do Arsenal

Julian Finney / EPA

O duelo entre SL Benfica e Arsenal promete ser dividido. O Arsenal tem um ataque rápido que pode causar problemas aos portugueses, mas a instabilidade defensiva pode ser um ponto a explorar.

Frente-a-frente vão estar duas equipas que nada queriam ter a ver com a Liga Europa. Ambas fora das suas ambições e a atravessar uma fase conturbada, marcada por insucessos desportivos. Difícil será dizer quem pode sair por cima neste embate entre SL Benfica e Arsenal.

As duas mãos destes 16 avos-de-final contam com um inconveniente: devido às restrições de viagens de e para o Reino Unido, nenhuma das equipas jogará em casa. O primeiro jogo será disputado em Itália, no Stadio Olimpico, e a segunda mão será jogada no Georgios Karaiskakis, na Grécia.

Mas, afinal, o que pode esperar o Benfica do Arsenal, finalista vencido da competição em 2019? Uma equipa desorientada, insegura na defesa e nos processos de jogo ou uma equipa rápida na transição ofensiva e forte na posse de bola no meio-campo adversário. Tudo depende do acaso. A instabilidade é a palavra de ordem na equipa treinada por Mikel Arteta.

O Arsenal é forte a controlar a posse de bola sob pressão e tem melhorado desde que começou a jogar com um quarteto defensivo. O plantel é recheado com talentos como Aubameyang, Lacazette e Pépé, que dão um vertiginoso poderio ofensivo. Willian e Bukayo Saka são também opções fortes para o ataque.

Uma das razões para o subrendimento da equipa é a má forma de Aubameyang, que tem estado abaixo das expectativas, após na época passada ter sido o melhor marcado da equipa. O ex-Benfica David Luiz, na defesa, também tem cometido alguns erros que penalizaram a equipa e a deixam num modesto 10.º lugar na Premier League.

Entre os postes, Bernd Leno é uma autêntica muralha e, em várias ocasiões, salvou o Arsenal de um mal pior. O germânico conta defesa talentosos a ajudá-lo na guarda da baliza, como Héctor Bellerín e Gabriel Magalhães. A lesão de Tierney pode trazer Cédric Soares ao onze inicial.

Por sua vez, o Arsenal tem um meio-campo musculado, com Xhaka e Partey como opções. Dani Ceballos e Ødegaard dão um misto de criatividade, e qualidade de passe e drible.

A descoordenação no momento da transição defensiva é um dos pontos por onde o Benfica pode pegar. A equipa concede espaços entre a linha defensiva e a intermédia, apresentando sérias dificuldades no controlo da profundidade.

O Arsenal é também uma equipa em obras, que pode passar por uma revolução num futuro próximo. Mattéo Guendouzi, Lucas Torreira, Lacazette e David Luiz são apontados à porta de saída, sendo que os dois primeiros já saíram por empréstimo esta temporada.

“O que pode mudar é em termos defensivos”

Em conferência de imprensa de antevisão ao jogo com os ingleses, Jorge Jesus reconheceu o poder do Arsenal, mas admitiu poucas alterações na forma de jogar da sua equipa.

“Conhecemos bem o Arsenal individual e coletivamente. É uma equipa que está num patamar muito elevado do futebol inglês mas nós sabemos o valor que temos e queremos surpreender o Arsenal. Quando estivermos a defender, quero que sejamos uma equipa bem estruturada para anularmos aqueles jogadores que o Arsenal tem, principalmente o Lacazette e o Aubameyang na frente”, disse o treinador benfiquista.

“É verdade que os golos fora nestas competições têm muita influência, mas não é isso que vai mudar a nossa ideia de jogo. O que pode mudar é em termos defensivos, que podemos não ser uma equipa com tantos avançados como no campeonato português. Sabemos que a equipa do Arsenal tem um ataque muito poderoso e com muita qualidade individual. Temos de fazer um equilíbrio, mas ter uma boa organização defensiva não chega. Temos de saber agredir o adversário quando tivermos bola”, acrescentou.

Questionado se vai optar pelo sistema de três centrais que utilizou, por exemplo, no jogo contra o Sporting, Jorge Jesus disse que ainda não decidiu. De acordo com o jornal A BOLA, Jorge Jesus está a ponderar lançar já amanhã Lucas Veríssimo, central de 25 anos que foi único reforço do mercado de transferências de janeiro.

“Não há tábuas de salvação. O Benfica entrou para esta Liga Europa e fez uma fase de grupos muito boa, sempre com a intenção de chegar o mais longe possível. Vamos defrontar um adversário que também tem ambições nesta competição. Ainda bem que aqui estamos, não se trata de tábuas de salvação, trata-se de entrar num projeto onde se quer chegar o mais longe possível”, disse ainda o técnico de 66 anos.

Daniel Costa, ZAP //

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