Árbitro diferente, apanha-bolas, sangue novo: bastidores (e não só) do FC Porto 3-1 Benfica

Hugo Delgado / Lusa

Mais uma derrota no Benfica no Dragão, num jogo especial para Nélson Veríssimo e com registo especial de Sérgio Conceição.

O FC Porto recebeu novamente o Benfica e, uma semana depois da vitória por 3-0 nos oitavos-de-final da Taça de Portugal, o resultado foi quase igual: 3-1 a favor dos portistas.

Fábio Vieira e Pepê marcaram no espaço de três minutos, já perto do intervalo; Yaremchuk reduziu nos primeiros instantes da segunda parte e Taremi fechou as contas.

Em relação às contas da classificação, essas estão agora ainda mais complicadas para o Benfica: continua com 37 pontos, enquanto FC Porto e Sporting somam 44 pontos cada. São sete pontos a menos do que os dois líderes da I Liga.

Mãe de Veríssimo

As estórias à volta da história deste «clássico» começaram dois dias antes, quando Jorge Jesus deixou de ser treinador do Benfica.

O seu antecessor é também o seu sucessor, Nélson Veríssimo, que soube que iria mudar de posto no dia do falecimento da sua mãe. “Tive que manter o foco. Já não podia fazer nada“, disse o novo técnico da Luz, depois da derrota com o rival.

Conceição invicto

O outro treinador destacou-se por motivos mais felizes. Sérgio Conceição terminou 2021 sempre como treinador do FC Porto (embora tivesse ficado a ideia de que iria sair, quando o campeonato anterior terminou) e sem perder no campeonato.

Foram 39 jogos na I Liga, zero derrotas. Conseguiu vencer 30 vezes e empatar nove.

Em toda a história do FC Porto, só em três anos este registo havia acontecido: o mais recente foi em 2011, com André Villas-Boas e Vítor Pereira, antes com Bobby Robson em 1995 e ainda mais atrás com Artur Jorge, em 1986.

Mas Sérgio Conceição “ganha” em relação aos outros quatro treinadores porque neste ano o FC Porto entrou mais vezes em campo. Em 2011 foram 29 jogos, em 1995 tinham sido 31 encontros e em 1986 ficaram-se pelos 30 jogos. Todos abaixo dos 39 deste plantel.

Árbitro, antes e durante

Voltando aos bastidores, agora centrando na equipa de arbitragem. Hugo Miguel foi o árbitro nomeado e apareceu no Dragão. Mas houve um árbitro que não apareceu (na Cidade do Futebol), à última hora: André Campos, assistente do vídeo-árbitro, apresentou teste positivo à COVID-19. Hugo Ribeiro entrou para a equipa.

O jogo não foi propriamente polémico (novidade no futebol actual). Aos sete minutos começou a desenhar-se um momento importante do duelo.

Ninguém sabia mas aquele cartão amarelo precoce mostrado a André Almeida foi o primeiro de dois amarelos ao lateral português que, aos 48′, pisou Otávio e foi bem expulso.

O Benfica ficava com menos um jogador para os 42 minutos seguintes, enquanto André Almeida reagia aos assobios vindos das bancadas, tocando no símbolo do Benfica ao sair do relvado.

Pelo meio, golo anulado a Pepê. Mais um daqueles casos quase de milímetros. Desta vez foram oito centímetros a separar o FC Porto dos festejos. Mais tarde pediu-se mão de Vertonghen mas não houve grande penalidade para a equipa da casa – decisão certa.

Apanha-bolas, formação e lesões na mesma posição

O primeiro golo do jogo, apontado por Fábio Vieira, teve como protagonista um…apanha-bolas. Manafá recebeu a bola rapidamente, para um lançamento lateral, viu que havia espaço para Taremi mais à frente, lançou de imediato e foi golo.

O tal apanha-bolas atento e rápido chama-se Afonso Brito, joga nos iniciados do FC Porto e “sonha” chegar à equipa principal, contou Sérgio Conceição, no final.

Por falar em jovens portistas, refira-se que seis futebolistas formados no FC Porto jogaram neste duelo sempre importante com o Benfica: Diogo Costa, João Mário, Vitinha e Fábio Vieira titulares, Sérgio Oliveira e Francisco Conceição entraram perto do final.

Do lado do Benfica, dois jovens da casa: o titular Gonçalo Ramos e o suplente utilizado Diogo Gonçalves.

Sérgio Conceição falou sobre o apanha-bolas a sorrir mas não sorriu quando viu que o lateral-direito titular (João Mário) lesionou-se ainda na primeira meia hora e quando viu que o lateral-direito suplente (Manafá, que tinha entrado para o lugar de João Mário) também se lesionou.

O caso de Manafá é grave: rotura no tendão do joelho direito e operação no último dia do ano.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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