Basorexia: o desejo incontrolável de beijar alguém

Victor Jorgensen/US Navy /Wikimedia Commons

beijo

O icónico beijo “kissing the war goodbye”

É, literalmente, uma fome de beijar que se manifesta de várias formas. Para muitos, o beijo é uma porta para a conexão e uma forma de compensar necessidades emocionais por preencher — uma defesa contra a solidão.

Alguma vez sentiu um desejo intenso ou mesmo uma obsessão pelo ato de beijar?

A basorexia é um intrigante e complexo fenómeno caracterizado por essa forte tentação e tem fascinado psicólogos e investigadores ao longo dos anos.

É, literalmente, uma fome de beijar (vem do grego “basi”, que significa beijo, e “rexia”, que significa fome) e as suas “pegadas” estendem-se pelo nosso passado evolutivo fora.

Normalmente, somos atraídos pelo beijo como uma forma de procurar prazer e satisfação emocional, mas indivíduos com um sentido acentuado de basorexia — que tem sido associada à libertação de dopamina — podem ter uma necessidade subjacente de intimidade, explica no Psychology Today o psicólogo Peter Sear, da Universidade de Loughborough, em Londres.

A basorexia manifesta-se de várias formas. Os portadores desta condição — que, sublinha-se, não é oficialmente reconhecida como um distúrbio clínico — podem dar por si a sonhar acordados sobre beijar ou à procura de oportunidades para se envolverem no ato íntimo. Para alguns, o simples pensamento ou menção de beijar pode evocar respostas emocionais e físicas intensas, explica o psicólogo.

Alguns especialistas acreditam que indivíduos com um sentido acentuado de basorexia podem ter uma necessidade subjacente de proximidade emocional e intimidade. De certa forma, o beijo surge como uma porta para a conexão e uma forma de compensar necessidades emocionais por preencher — uma defesa contra a solidão.

A condição é diretamente associada à libertação de dopamina, neurotransmissor responsável pelo prazer e recompensa. Beijar pode estimular o sistema de recompensa do cérebro  dos basoréxicos mais do que em pessoas que não sentem a necessidade do toque labial.

Esta resposta neurológica pode explicar por que é que indivíduos com basorexia se encontram cada vez mais atraídos pelo beijo como um meio de procurar prazer e satisfação emocional.

Mas na base da basorexia descansa uma pergunta fascinante. Afinal porque é que nos manifestamos romanticamente encostando os nossos lábios nos das outras pessoas?

De uma perspetiva mais técnica, o beijo é para muitos especialistas uma forma de avaliação de potenciais parceiros de acasalamento, uma vez que, a partir do beijo, desvendamos muita coisa: a higiene e a presença de doenças, através do hálito, é um dos exemplos.

A maioria acredita que o beijo é uma forma de mostrar afeto ou de fortalecer a ligação de um casal.

Ao tocar em zonas sensíveis do corpo, como os lábios, ativamos áreas do cérebro que aumentam o prazer e baixam os níveis de stress. Talvez algumas pessoas gostem muito mais dessa sensação do que outras.

ZAP //

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