A liderança do Comité Olímpico apresenta propostas que têm em conta 35 critérios e que são depois votadas por todos os membros. A influência das cidades organizadoras também se faz sentir.
Skate, surf, escalada ou karaté são quatro dos seis desportos que se estão a estrear enquanto modalidades olímpicas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas afinal quais são os critérios de escolha dos desportos que são incluídos?
O Comité Olímpico é a entidade responsável por gerir todos os aspectos ligados aos Jogos Olímpicos e é, naturalmente, também quem escolhe quais os desportos que são ou não incluídos. Muitos dos 99 membros da organização são ex-atletas de todo o mundo.
Está nas mãos do Conselho Executivo do Comité propor quais as modalidades que são incluídas e as propostas vão depois a votos. A organização também decide quais os critérios que devem ser cumpridos para um desporto entrar nos Jogos.
Actualmente, existem cinco grandes critérios que são avaliados, que se dividem depois em 35 factores. Os cinco grandes critérios são a proposta olímpica, o valor que acrescenta ao movimento olímpico, assuntos institucionais, a popularidade e o modelo de negócio.
A proposta olímpica tem em conta o formato da competição, o número de eventos, os dias de competição, a quota de atletas e oficiais, a participação dos melhores atletas e os locais que podem receber os eventos. Já o valor que acrescenta ao movimento olímpico divide-se no tempo de jogo, no legado do desporto e na atracção dos jovens.
Os assuntos institucionais dividem-se em 18 factores, que incluem o ano de criação da Federação Internacional dos desportos, a igualdade de género no Conselho Executivo da Federação, o código de ética, as regras anti-doping ou a existência de uma Comissão de Atletas no órgão que representa o desporto.
Por seu lado, a popularidade tem em conta as vendas de bilhetes, as acreditações dadas aos média e a cobertura televisiva e digital nos últimos campeonatos mundiais e também a popularidade do desporto no país que organiza os Jogos. Por fim, o modelo de negócio calcula os custos e as receitas que a modalidade traz.
Um exemplo destes critérios em acção é o regresso do baseball e do softball em 2020, depois de terem sido excluídos em 2012 e em 2016.
Na altura, a decisão de não incluir os desportos nos Jogos Olímpicos de Londres foi feita através de um voto anónimo do Comité, com os reponsáveis a defender que os desportos não tinham interesse global.
A escolha foi criticada pelos atletas, mas já foi confirmado que nem o baseball nem o softball vão integrar a lista dos desportos dos Jogos Olímpicos de 2024.
A cidade organizadora também tem um papel importante nas decisões e pode fazer pressão para a inclusão de certos desportos. Um exemplo é a estreia do breakdancing como desporto olímpico nos próximos jogos, que vão ser em Paris.