A Austrália pode vir a ser o primeiro país a eliminar o cancro do colo do útero, de acordo com um novo estudo que mostra que o programa nacional de prevenção está a ter muito bons resultados.
Segundo o Science Alert, uma equipa de investigadores do Cancer Council NSW explica que, nos próximos dois anos, a incidência de cancro do colo do útero na Austrália vai ser tão baixa, que será considerado um cancro raro.
De acordo com o estudo, publicado esta semana no The Lancet Public Health, isto significa ter apenas seis novos casos por 100 mil pessoas num ano. Até 2028, a equipa prevê que a taxa irá cair ainda mais, para menos de quatro novos casos pelo mesmo número de pessoas.
Além disso, não será apenas o número de casos a diminuir. Se o país continuar a apostar no seu programa nacional de prevenção, que está a ter muito bons resultados, em 2034 haverá menos de uma morte por 100 mil pessoas anualmente.
Estas previsões são conseguidas através de um modelo, no qual os cientistas utilizaram dados reais para prever a incidência deste cancro no país entre 2015 e 2100, baseando-se em vários cenários.
Os resultados são particularmente animadores, tendo em conta os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): este é o quarto tipo de cancro mais frequente entre as mulheres e tem ainda uma alta taxa de mortalidade.
A boa notícia é que o cancro do colo do útero não tem de ser uma doença mortal, uma vez que existem as ferramentas necessárias para lhe fazer frente, nomeadamente a vacina contra o Papiloma Humano (HPV), um vírus contagioso transmitido sexualmente.
Em 1991, a Austrália começou a encorajar todas as mulheres sexualmente ativas a fazer o exame de Papanicolau a cada dois anos. A medida mais radical chegou em 2007, quando o país introduziu um programa de vacinação contra o HPV para jovens adolescentes que, por ser tão eficaz, se estendeu aos rapazes em 2013.
Resta saber se a OMS vai aceitar esta definição de cancro “totalmente eliminado” em 2028, ano em que a Austrália se propõe a erradicar a doença. De qualquer forma, o país já está a liderar esse caminho.
“Independentemente de qual seja o patamar onde situemos a potencial eliminação do cancro, é provável que seja a Austrália o primeiro país a consegui-lo devido à nossa baixa incidência da doença e aos nossos fortes programas de prevenção”, disse à BBC Megan Smith, uma das investigadoras deste estudo.
Cancro raro: passar de 7 casos em 100.000 para 6 casos em 100.000… OK…