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Aumento da temperatura das águas matou 70% do maior recife de coral do Japão

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ippei-janine / Flickr

Porção saudável de recife coral na costa de Okinawa, no Japão

Porção saudável de recife coral na costa de Okinawa, no Japão

Mais de 70% do maior recife de coral do Japão, situado no sudeste do arquipélago, morreu em 2016 devido ao aumento da temperatura das águas, revela um estudo do Ministério do Ambiente nipónico.

As águas em redor do recife, situado em frente à ilha de Ishigaki, no arquipélago de Okinawa, registaram no verão passado uma média de dois graus superior ao habitual, causando a descoloração dos corais, refere o texto, divulgado pela emissora pública NHK.

O departamento ambiental examinou entre novembro e dezembro o recife, que conta com mais de 70 espécies de corais e é considerado um dos mais antigos e de maior extensão do hemisfério norte.

A avaliação determinou que 70,1% dos corais morreram por branqueamento.

O número representa um notável aumento em relação ao registado nos meses de setembro e outubro, quando se constatou que 97% dos corais tinham sofrido branqueamento e 56% tinha morrido.

O ministério japonês indicou que as temperaturas marinhas na zona tinham baixado desde que começou o outono e que alguns corais tinham recuperado, mas alertou que mais podem morrer e que não é certo que o recife vá recuperar.

O fenómeno meteorológico El Niño, que causa o aumento das temperaturas da superfície do mar, contribuiu para o branqueamento dos corais em todo o mundo em 2016, incluindo alguns dos maiores recifes protegidos da Austrália, Tailândia ou Maldivas.

A descoloração dos corais acontece quando estes enfrentam alterações extremas e constantes de temperatura, luz e nutrientes.

Este processo põe em risco a abundância das espécies pesqueiras que dependem dos recifes para abrigo e alimento.

No Índico e no Pacífico, se a emissão de gases de efeito estufa continuar ao nível atual, as reservas pesqueiras podem diminuir entre 10% e 30% em 2050, em relação ao período 1970-2000, segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza.

// Lusa

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