Aumentam vendas de herbicida que provoca cancro

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A grande maioria das localidades em Portugal continua a utilizar o glifosato. Os incêndios em 2017 fizeram a diferença.

O glifosato é um herbicida muito utilizado, é mesmo o mais utilizado em Portugal para controlar ervas daninhas.

O N-(fosfonometil)glicina é um composto organofosforado, um fosfonato. Mata sobretudo ervas daninhas folhosas perenes e gramíneas que competem com as culturas.

Já é utilizado há mais de 50 anos no planeta – mas é perigoso.

A Organização Mundial de Saúde avisa, há oito anos, que pode causar cancro. Tem riscos para a saúde humana e para o ambiente.

A Comissão Europeia vai definir, ainda em 2023, se prolonga a licença deste herbicida na Europa, mas para já as vendas continuam a aumentar em Portugal.

Há seis anos que é proibido em diversos espaços públicos, mas continua a ser muito utilizado na agricultura e em florestas.

Em 2021 foram vendidas 1.829 toneladas de glifosato, no país. Desde 2017 que o número tem vindo a aumentar: eram 1.302 toneladas nessa altura. Nos três anos anteriores a 2017, a venda estava a descer ano após ano.

Isto deve-se muito à pressão para limpar terrenos depois dos incêndios em larga escala decorridos precisamente em 2017. Mais limpeza, mais herbicidas em larga escala.

Na grande maioria dos concelhos (287, num total de 308) continua a utilizar este herbicida, indica o Jornal de Notícias. E apenas 51 freguesias deixaram o glifosato de lado.

Ao todo, o glifosato é de longe o herbicida mais vendido em Portugal: representa 77,8% das vendas de herbicidas no país.

Há quase uma década, 25 Câmaras Municipais e 63 Juntas de Freguesia comprometeram-se a trocar os herbicidas por outras alternativas naturais. Mas já houve eleições autárquicas (duas vezes) e as prioridades mudaram.

Portugal tinha, em 2021, o sexto maior mercado de pesticidas na Europa – embora a venda de químicos tenha vindo a diminuir, desde 2010.

ZAP //

1 Comment

  1. Os portugueses têm cada vez mais horror às plantas. Seja nas cidades, onde as associam ao desleixo e são consideradas sujidade, seja nos campos, onde ou são daninhas ou um combustível alarmante. Já estes produtos químicos maléficos, são tidos em alta consideração. Para os humanos, a Natureza é cada vez mais nojenta, desprezível, perigosa e objeto de extermínio.

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