Atlético 2-1 Porto | Dragão derrotado em final de loucos

Rodrigo Jimenez / EPA

Que final! Quando tudo indicava que o resultado do encontro da última época seria replicado, surgiram os golos já no período de descontos, e numa fase em que Otávio saiu de maca e Taremi foi expulso.

Hermoso abriu a contagem, Uribe restabeleceu o empate e, na última jogada, um cabeceamento de Griezmann valeu os três pontos para os “colchoneros”. Rude golpe para os “dragões”, que controlaram grande parte das incidências, criaram as ocasiões mais claras, mas pecaram no momento da finalização…

Após um ligeiro ascendente dos “colchoneros”, que tentavam explorar a largura que Carrasco e Molina davam à esquerda e direita, respetivamente, os “dragões” serenaram os ânimos e começaram a aproximar-se do reduto defendido por Oblak, alicerçados na segurança de Pepe, nas acelerações de Galeno e no critério de Eustáquio, Otávio e Uribe.

Os dois últimos ameaçaram aos 14 e 22 minutos e, perto da meia-hora, Evanilson viu o guardião esloveno negar-lhe a festa. Os da casa – pouco pressionantes e muito na expectativa -, que tinham muitas dificuldades em ligar o jogo, deram um sinal de vida, mas Diogo Costa defendeu com segurança um remate de Koke (36’).

Num último suspiro não surgiu nenhum jogador para desviar um cruzamento venenoso de Taremi. O duelo chegou ao descanso com os “azuis-e-brancos” na mó de cima: contabilizavam 13 ações com bola na área e sete remates, contra seis dos anfitriões, que ainda fizeram cinco “tiros” ao alvo.

Numa partida muito tática e equilibrada, quem esteve em mais destaque foi o iraniano, autor de um remate, dois passes para finalização, 23 ações com o esférico, quatro ações com a bola na área adversária.

O Atlético, impulsionado pelas entradas de De Paul e Lemar nas vagas de Llorente e Carrasco, respetivamente, entrou com tudo tudo na etapa final e ainda festejou um golo de Koke, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo de De Paul no início.

Mas um tiro de Eustáquio aos 54 minutos, que levava selo de golo e foi defendido por Oblak, voltou a colocar os homens de Conceição na rota da baliza contrária.

Os campeões nacionais entravam com facilidade nos últimos 30 metros e ainda coleccionando ocasiões de golo: Eustáquio voltou a ameaçar (63’), João Mário viu o inevitável Oblak estragar-lhe a festa (64’) e em mais uma investida perigosa aos 69’, Oblak voou, tirou a bola dos pés de Evanilson e, na sequência, foi Witsel a travar o remate de Taremi.

Só dava FC Porto até que Otávio, após um choque com Hermoso, teve de sair de maca e com um colar cervical. Instantes depois, Taremi foi expulso por segundo amarelo. Numa fase louca da partida, e já no período de descontos, Hermoso abriu a contagem.

Uribe empatou da marca dos 11 metros, depois do mesmo Hermoso ter tocado a bola com a mão na área, e no último lance, na sequência de um canto, Witsel desviou e Griezmann – que voltou a entrar aos 60’ – apareceu sem marcação na zona do segundo poste e empurrou para o fundo das redes.

Ao 11º encontro entre ambos, os “colchoneros” somaram o quinto triunfo, há ainda registo de duas vitórias portistas e de quatro empates.

Melhor em Campo

Exibição de excelência do belga, que foi, a par de Oblak, o porto-seguro dos espanhóis, exercendo a função de líbero quando a equipa atuou com três defesas e de central e principal municiador das jogadas quando a linha defensiva passou a atuar com quatro elementos.

Sempre atento e rápido a intervir, o antigo jogador do Benfica culminou o jogo com um remate, uma assistência para o golo de Griezmann, apenas quatro passes falhados em 73 (95% de eficácia), foi o elemento em campo com mais ações com a bola (86), levou a melhor em cinco dos sete duelos aéreos em que interveio, bloqueou cinco remates do FC Porto e realizou quatro alívios. O médio, agora reconvertido em defesa, foi o MVP.

Destaques do Atlético

João Félix 6.0

Procurou “dar-se” ao jogo, mas quase nunca foi bem servido. Lutou, batalhou e conseguiu ser o jogador do Atlético com a terceiro melhor nota, graças a um remate, 32 ações com a bola, cinco dribles eficazes em seis tentados, duas conduções aproximativas e cinco recuperações de posse. Acumulou dois maus controlos de bola e sofreu quatro desarmes.

Oblak 5.9

Ainda adivinhou o lado para onde Uribe rematou, mas não conseguiu deter o tiro do colombiano. Dúvida até à última hora, o esloveno recuperou e em boa hora para o Atlético, já que voltou a ser decisivo com duas intervenções de elevado grau de dificuldade aos 54 e 64 minutos.

Griezmann 5.8

Voltou a entrar à passagem do minuto 60 e foi decisivo com o cabeceamento que retirou um ponto ao FC Porto. Em 33 colecionou 19 ações com a bola.

Destaques do Porto

Zaidu 6.2

Exibição segura do nigeriano, que teve dois passes para finalização, um cruzamento, duas intercepções, três alívios e bloqueou um passe/cruzamento do adversário.

Pepe 6.2

A idade que tem no Cartão do Cidadão é apenas um mero número para o defensor, que na noite desta quarta-feira voltou a estar em foco, exibindo na folha de serviços um remate, oito alívios (recorde na partida), dois desarmes e outras tantas intercepções. E, no final, ainda fez um sprint incrível num contra-ataque portista.

Eustáquio 6.1

Voltou a justificar a titularidade. Entendeu-se bem com Uribe e ganhou confiança na etapa final para subir no terreno. Ameaçou o golo em duas ocasiões, alcançou quatro passes aproximativos, chegou às três ações com a bola na área do Atlético, recuperou a posse em cinco ocasiões e esteve bem no processo defensivo com duas ações defensivas no meio-campo adversário, três desarmes e três alívios.

Taremi 5.9

Estava a ser o melhor dos portistas até ao momento em que caiu na área e foi admoestado com o segundo amarelo pelo juiz Szymon Marciniak. Até a esse momento estava a ser o “maestro” da equipa e tinha feito dois remates, quatro passes para finalização, desperdiçou apenas quatro dos 30 passes tentados (87% de eficácia), gizou três passes aproximativos e o máximo de oito ações com a bola na área contrária.

Uribe 5.6

Autor do golo do FC Porto, fez uma boa dupla com Eustáquio, aguentou a pressão contrária, libertou o colega nos momentos certos e sai de Madrid com três remates, três passes aproximativos e sete recuperações de posse. Os quatro dribles consentidos e os quatro maus controlos de bola acabam por baixar-lhe a nota final.

Pepê 5.5

Estava a sair-se bem na função de lateral-direito, mas o cartão amarelo que viu acabou por precipitar a saída de campo aos 58 minutos. Enquanto jogou, fez dois cruzamentos, foi eficaz em dois dos três dribles tentados, recuperou a posse em oito ocasiões e sofreu três faltas.

Otávio 5.4

Importante a cumprir a dupla missão de encostar à direita a defender e a juntar-lhe aos dois médios, abrindo o flanco para o lateral-direito, estava a ajudar a acentuar o domínio dos da Invicta, mas um choque acabou por deixá-lo KO. Enquanto jogou desferiu dois remates, contabilizou 56 ações com a bola, três na área contrária, registou 17 perdas da posse e quatro maus controlos de bola.

David Carmo 5.1

Na estreia oficial na Champions, formou dupla com Pepe. Sem qualquer registo ofensivo, acumulou cinco passes de risco falhados, 58 ações com o “esférico”, 12 perdas de posse, dois desarmes e duas intercepções.

Resumo

GoalPoint

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