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Astrónomos descobrem a menor estrela já observada

Amanda Smith

A estrela EBLM J0555-57Ab é pouco maior que Saturno

A estrela EBLM J0555-57Ab é pouco maior que Saturno

Uma equipa de astrónomos, liderada por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriu a menor estrela já medida. Apenas um pouco maior do que Saturno, a atração gravitacional na sua superfície é cerca de 300 vezes mais forte do que a que os humanos sentem na Terra.

O astro é tão pequeno quanto estes objetos podem ser porque tem apenas massa suficiente para permitir a fusão de hidrogénio em hélio no seu núcleo. Se fosse um pouco menor, a pressão no seu centro não iria permitir que este processo ocorresse, sendo desclassificada como estrela.

“A nossa descoberta revela como podem ser as estrelas pequenas. Se esta estrela tivesse um pouco menos de massa, a reação de fusão do hidrogénio no seu núcleo não conseguiria ser sustentada e a estrela teria-se transformado numa anã-castanha”, nota o autor principal do estudo publicado na Astronomy & Astrophysics, Alexander von Boetticher.

A estrela recentemente medida, chamada EBLM J0555-57Ab, está localizada a cerca de 600 anos-luz de distância. Faz parte de um sistema binário, e foi identificada ao passar à frente da sua companheira maior.

A estrela principal foi se tornando mais fraca, o que significa que tinha uma companheira em órbita. Graças a esta configuração especial, os cientistas puderam medir com precisão a massa e o tamanho de ambas.

A EBLM J0555-57Ab é menor e provavelmente mais fria do que muitos dos exoplanetas de gás gigantes já identificados. Apesar de parecer contraditório, é mais difícil medir o tamanho destas estrelas de baixa massa do que de planetas maiores.

Embora sejam as estrelas mais numerosas do universo, estes astros com tamanhos e massas inferiores a 20% do nosso sol são mal compreendidas, uma vez que são difíceis de detectar devido à sua pequena dimensão e pouco brilho.

Estas estrelas muito pequenas e fracas podem ajudar os cientistas a detetar planetas do tamanho da Terra que podem ter água líquida, como TRAPPIST-1, uma anã muito fria rodeada por sete planetas do tamanho do nosso. O projeto EBLM, responsável pela descoberta deste estudo, pretende diminuir este buraco no nosso conhecimento.

“Graças ao projeto EBLM, conseguiremos uma compreensão muito maior dos planetas orbitando as estrelas mais comuns que existem, planetas como os que estão em órbita da TRAPPIST-1”, disse um dos co-autores do estudo, Didier Queloz, da Universidade de Cambridge.

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