O aquecimento causado pelos parques de estacionamento e transportes públicos subterrâneos está a deixar os edfícios sob stress.
De acordo com um novo estudo publicado na Communications Engineering, a Terra está a aquecer por baixo das nossas cidades — e esse aquecimento põe em risco os edifícios, sistemas de transporte e pontes que usamos no quotidiano.
Nas cidades, os edifícios feitos de betão e aço podem afunilar o calor que recebem da luz solar através das suas fundações até ao chão. Isto, em combinação com o calor emitido pelos parques de estacionamento subterrâneos, pelos cabos elétricos e pelos sistemas de transportes públicos, pode levar a que as temperaturas por baixo das cidades sejam bastante mais altas do que à superfície.
A pesquisa analisou uma área de Chicago e recorreu a um modelo 3D de computador que simulou como a subida das temperaturas influencia o ambiente subterrâneo. As simulações extenderam-se ao longo de um século, desde 1951 até 2051, e revelaram um “silencioso mas potencialmente problemático impacto das ilhas urbanas subterrâneas de calor na performance das estruturas civis e nas infraestruturas”.
Os solos com sedimentos de argila de grão fino, como é o caso em Chicago, são particularmente propensos a encolher ou inchar com o calor e a água. É improvável que os edifícios desmoronem devido a deformações lentas relacionadas com o calor, mas mesmo estas pequenas mudanças podem sobrecarregar ou mobilizar as fundações e afetar a durabilidade dos prédios ao longo do tempo.
As temperaturas do solo de Chicago estão atualmente a aquecer cerca de 0,14 °C por ano. O estudo encontrou maiores variações de temperatura do solo na parte norte, mais densamente construída do distrito de Loop, em Chicago, em comparação com a sua extremidade sul, mais esparsa, explica o Science Alert.
Em média em todo o distrito, as temperaturas dentro das distintas camadas do solo variaram em entre 1º.C e 5.º C. Dependendo do tipo de solo, as temperaturas mais altas causaram deslocamentos de 8 a 12 milímetros sob vários edifícios.
Há já algumas cidades a experimentar reaproveitar o calor residual de sistemas de transporte como o metro de Paris para aquecer prédios de apartamentos e sistemas de água quente.
Esta reciclagem de calor é uma ideia viável que se pode tornar cada vez mais necessária à medida que o mundo aquece.