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Uma equipa de cientistas da UPMC e da Universidade de Pittsburgh desenvolveu uma aplicação para smartphone que usa Inteligência Artificial para diagnosticar infeções no ouvido e otite média aguda.
A otite média aguda (OMA) é uma das infeções infantis mais comuns para as quais são prescritos antibióticos, mas pode ser difícil de distinguir de outras doenças do ouvido.
A nova ferramenta de Inteligência Artificial (IA) – que faz um diagnóstico através da avaliação de um pequeno vídeo do tímpano capturado por um otoscópio conectado a uma câmara de telemóvel – é uma solução simples e eficaz que pode, até, ser mais precisa do que a avaliação dos próprios médicos.
O EurekAlert explica que, para desenvolver a app, os cientistas começaram por construir uma biblioteca com 1.151 vídeos da membrana timpânica de 635 crianças que visitaram os consultórios pediátricos da UPMC entre 2018 e 2023.
Dois especialistas com vasta experiência nestas doenças analisaram todos os vídeos ao pormenor e fizeram um diagnóstico que determinava que a criança em causa tinha uma otite média aguda ou não.
Depois, usaram 921 vídeos para ensinar dois modelos diferentes de IA para detetar OMA, observando certas características da membrana timpânica como a forma, a posição, a cor e a translucidez. Os 230 vídeos restantes foram usados para testar o desempenho dos modelos.
Ambos foram altamente precisos, com valores de sensibilidade e especificidade superiores a 93%.
(dr) Alejandro Hoberman
Imagens de tímpanos de um paciente saudável (esquerda) ou com otite média aguda (direita)
“Estas descobertas sugerem que a nossa ferramenta é mais precisa do que muitos médicos”, sublinhou o investigador Alejandro Hoberman. “Poderia ter um impacto profundo nos meios de atenção primária à saúde e apoiar os médicos no diagnóstico rigoroso da OMA, assim como na orientação das decisões de tratamento.”
O objetivo é que, num futuro próximo, a tecnologia possa ser implementada nos consultórios dos prestadores de cuidados de saúde para melhorar o diagnóstico destas doenças.
O artigo científico está disponível para consulta na JAMA Pediatrics.
