A América do Sul, que produz mais de metade dos recursos mundiais de lítio, não tem sido ajudada pela abundância dos seus recursos naturais e ainda não colheu os benefícios da nova corrida mundial ao metal, de acordo com um relatório publicado recentemente pela Euronews.
“Não comemos lítio, nem pilhas. Bebemos água”, disse ao Euronews Veronica Chavez, de 48 anos, presidente da comunidade indígena Santuario de Tres Pozos, perto da cidade de Salinas Grandes, no coração de lítio da Argentina, citada pelo Interesting Engineering.
O Triângulo do Lítio é uma região rica em lítio, situada no sudoeste da América do Sul, atravessando as fronteiras da Argentina, Bolívia e Chile e formando um triângulo geográfico de recursos de lítio sob as suas salinas.
Considerado como o “ouro branco”, o lítio é um componente importante das baterias utilizadas nos veículos elétricos. A sua produção explodiu recentemente, enquanto o mundo tenta afastar-se dos combustíveis fósseis. Contudo, acabam por ser as populações empobrecidas, próximas a essas zonas, a sofrer com a exploração.
São necessários até 2,2 milhões de litros de água para criar uma tonelada de lítio e a indústria extrativa está a pôr em perigo o ecossistema e as perspetivas de um futuro sustentável para a população local.
Com uma altitude média de 180 metros, a Salinas Grandes fica no centro-norte da Argentina, estendendo-se ao longo das fronteiras de quatro províncias.
Relatos recentes de árvores e flamingos a morrer à fome têm levantado preocupações crescentes sobre o impacto nas fontes de águas subterrâneas em locais já suscetíveis a secas prolongadas.
“Não [são eles] que vão salvar o planeta”, disse Veronica Chavez. “Pelo contrário, somos nós que temos de dar as nossas vidas para salvar o planeta”, frisou.
Barbara Quipildor, de 47 anos, acrescentou: “Quero que nos deixem em paz, em paz. Eu não quero lítio… A minha preocupação é o futuro dos filhos dos meus filhos”.
O triângulo sul-americano contém cerca de 56% dos 89 milhões de toneladas de depósitos de lítio que foram detetados globalmente, de acordo com o US Geological Survey (USGS).
O preço médio global do lítio aumentou de 5.730 euros por tonelada em novembro de 2020 para 60.780 euros em setembro deste ano. Segundo o USGS, o Chile abriga o “canto mais ocidental do triângulo do lítio”, que se situa no deserto do Atacama e contribuiu com 26% para a produção global em 2021.
No entanto, a legislação chilena tornou difícil para as empresas a obtenção de favores governamentais desde que o regime de Augusto Pinochet designou o metal como um “recurso estratégico” devido ao seu potencial para utilização em armas nucleares.
A Bolívia tem 21 dos 89 milhões de toneladas de depósitos de lítio que foram descobertos no mundo. A Argentina vem em segundo lugar, com 19,3 milhões de toneladas, seguida do Chile, com 9,6 milhões de toneladas.
Devido à economia pobre e às circunstâncias geográficas, a Argentina e a Bolívia têm sido até agora incapazes de transformar a maioria dos seus recursos naturais em reservas adequadas para a produção comercial. Enquanto que o Chile, por outro lado, tem sido bem sucedido.
Pois… e a Argentina com uma inflacção de quade 100%, gerida pelo Foro de S. Paulo… LLLLLLLLLLLLL
Pois. E agora imaginem o impacto da exploração do lítio ali, no Barroso, pertinho do Parque Nacional da Peneda Gerês.
Pois. E agora imaginem o impacto que a exploração de lítio vai ter ali para o Barroso, pertinho do Parque Nacional da Peneda Gerês.