Amadora-Sintra com tempos de espera de 34 horas no fim de semana. “Ninguém aguenta”

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Mário Cruz / Lusa

Tempos de espera são “indignos” e deixam doentes muitos urgentes à espera até 8 horas. Hospital vai aderir a medida que “obriga” o utente a ligar antes para Linha SNS24 .

No passado sábado, dia 25 de janeiro, o Hospital Fernando da Fonseca, integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Amadora-Sintra, recebeu nas suas três urgências 471 doentes. 76 acabaram por abandonar o lugar sem nunca terem sido atendidos, conforme noticia o Diário de Notícias. No dia 26, domingo, a situação repetiu-se.

891 doentes urgentes, 152 desistências.

“Houve doentes urgentes, triados com pulseira amarela, que tiveram de esperar entre 31h e 34h para serem observados por um médico, e doentes muito urgentes, com pulseira laranja, que esperaram entre 6h a 8h“, contam utentes. Fontes dos hospitais garantem que “nunca tinham sido registados tais tempos de espera”.

O problema terá sido agravado devido à sobrelotação das urgências das ULS próximas. O Amadora-Sintra terá recebido utentes desses hospitais, o que piorou os tempos de espera.

Agora, o Amadora-Sintra vai aderir ao projeto “Ligue Antes-Salve Vidas“, que “obriga” os utentes a ligar primeiro para o SNS24 antes de se dirigirem às urgências, para que lhes seja feita uma primeira triagem. Se o doente chegar às urgências sem ter telefonado, é-lhe fornecido, na hora, o número, para que ligue na mesma.

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, garante que estes tempos de espera “são indignos, mas não nos surpreendem“, e garante que a região que rodeia o hospital “deve ser uma piores zonas em escassez de médicos de família e, por isso, a porta de entrada nos cuidados para muitos utentes é a da urgência”.

O hospital “tem serviços de urgência que funcionam com extrema dificuldade devido à carência de recursos humanos, sobretudo médicos. E muitas funções estão a cargo de médicos internos, sobretudo da especialidade de Medicina Interna, que acabam por ser escalados sistematicamente para fazer urgência e horas extraordinárias”, garante a presidente da FNAM.

E esta situação “não só coloca em causa a saúde dos próprios profissionais como os cuidados que prestam, porque ninguém aguenta estar sistematicamente a fazer horas extras”.

O problema? “Falta de recursos humanos. E se o Amadora-Sintra já tem pressão durante todo o ano na sua urgência, nesta altura do ano, com o pico das infeções respiratórias, ainda pior”, diz Joana Bordalo e Sá.

De acordo com o DN, o tempo de espera que consta no site do SNS nem sempre é fiável: é apresentada uma estimativa, que por vezes pode ser bastante inferior à realidade do tempo passado nas urgências.

ZAP //

3 Comments

  1. Sim aderir à LinhaSNS vai mesmo resolver o problema… vão continuar sem assistência…

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