Ala radical dos independentistas catalães tinha rascunho para reivindicar atentados

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Enric Fontcuberta / EPA

No final de setembro, nove independentistas catalães membros das chamadas Equipas de Resposta Tática (ERT), considerada a ala mais radical dos Comités de Defesa da República (CDR), foram detidos pela Guardia Civil. Sete ficaram em prisão preventiva, sem possibilidade de liberdade condicional.

Esta decisão do juiz a que foram presentes deveu-se ao facto de representarem e pertencerem a uma “organização hierarquizada”, que defenderia a independência da Catalunha através de meios violento, noticiou o Observador.

Logo na altura foram acusados de posse de material para produzir explosivos e de “conspiração para cometer estragos” – com o magistrado a empregar abertamente a expressão “terrorismo”.

Agora, o ABC revelou que, já em agosto, teria sido encontrado na posse de um destes membros mais destacados das ERT o rascunho de um documento para reivindicar eventuais atentados terroristas. Apesar de alegadamente se ter tentado livrar do papel, manuscrito em catalão, as autoridades que o seguiam terão logrado recuperá-lo.

O ABC transcreveu o texto, escrito à mão no papel apreendido: “Só vamos gostar uns dos outros se fizermos as nossas coisas por nós. Haverá quem as aceite, quem aceite os nossos atos e nos valorize, e seremos valorizados e queridos por essas pessoas ou não. Dependerá dos juízos de valor de cada indivíduo ou coletivo. Nunca devemos fazer as coisas para agradar, faremos as coisas de acordo com os nossos critérios, valores, ética e autoestima”.

Apesar de não conter referências explícitas a ataques bombistas, assassinatos ou outros planos subservivos, os especialistas do Serviço de Informação da Guardia Civil que analisaram o texto terão detetado semelhanças com textos utilizados anteriormente por organizações terroristas como os bascos da ETA ou os catalães do Terra Lliure, para reclamarem a autoria de atentados terroristas.

Por estar assinado pelo membro das ERT na posse de quem foi encontrado, as autoridades também não terão qualquer tipo de dúvida sobre a autoria do documento, escreveu ainda o jornal madrileno.

ZAP //

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